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08/01/2022 às 23h56m - Atualizado em 09/01/2022 às 08h29m

Artista morre após ser esfaqueado no Centro do Recife

Andreyvson Richard da Silva, conhecido como Japa Rua, foi morto aos 25 anos após uma discussão num bar.

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Um artista de rua de 25 anos morreu após ser esfaqueado por um homem na Rua Mamede Simões, no bairro de Santo Amaro, no Centro do Recife. Neste sábado (8), a Polícia Civil informou que Andreyvson Richard da Silva, conhecido como Japa Rua, foi morto depois de uma discussão num bar.

Vários bares funcionam na Mamede Simões, que é uma das vias mais movimentadas da região à noite. O crime, segundo testemunhas, ocorreu por volta das 23h30 da quinta-feira (6) e Japa morreu na madrugada da sexta-feira (7).

Uma pessoa que não quis se identificar informou que viu o momento em que Japa correu atrás do agressor. O bar em que a discussão ocorreu fica na esquina com a Rua da União.

"Ele correu atrás do agressor, voltou e sentou numa cadeira. Foi aí que mandaram chamar o Samu e eu percebi que ele estava ferido, sem saber que era facada. Os amigos começaram a ajudar, uma pessoa jogou um pano para fazerem pressão na ferida e um menino pegou o carro e socorreu. Ele já estava desfalecido, mas passou muito pouco tempo no local, do momento da briga até o socorro", afirmou.

Em nota enviada à imprensa, a Polícia Civil informou que a vítima "foi encontrada sem vida, com perfurações de arma branca, em via pública". Entretanto, a testemunha do crime e uma amiga da vítima, que também não quis se identificar, confirmaram que o rapaz morreu no Hospital da Restauração (HR), para onde foi levado por um carro particular.

Até a última atualização desta reportagem, ninguém havia sido preso pelo crime. A Polícia Civil também não informou por quantas facadas Japa foi atingido, nem qual teria sido a motivação da discussão em que ele se envolveu.

"Foi tudo muito rápido e em nenhum momento eu vi faca. Disseram que nem ele sentiu que tinha sido atingido, que só sentiu quando sentou na cadeira, depois de correr atrás do agressor. Eu vi o movimento no bar, copo quebrando, cachorro latindo. Parecia uma briga entre pessoas que beberam demais. O que eu vi, perto do bar, foi um golpe que parecia um soco. Ninguém imaginava que tivesse ocorrido uma facada", afirmou a testemunha.

Repercussão

Movimentos sociais vinculados ao hip hop, ritmo ao qual o artista era ligado, emitiram uma nota pedindo justiça pela morte de Japa. O jovem, segundo o Movimento Hip Hop de Pernambuco, recitava poesias na rua e no transporte público e costumava frequentar mutirões de grafite, recitais de poesia, batalhas e outras atividades do movimento hip hop.

"O assassinato de Japa sinaliza como a cidade do Recife se importa com as vidas negras, principalmente numa rua que é extremamente simbólica por ser frequentada por grande parte da branquitude recifense. Nos perguntamos como teria sido a comoção e intervenção se o mesmo tivesse ocorrido com um jovem branco de classe média que frequenta esses mesmos bares", afirmou o movimento.

 

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