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09/04/2022 às 13h50m - Atualizado em 09/04/2022 às 18h09m

Pastor é preso suspeito de estupro e fraude sexual contra menores em Jaboatão dos Guararapes

Um total de nove vítimas a partir de 12 anos registraram Boletim de Ocorrência. O homem de 36 anos atuava também como fundador e professor de Cursinho.

dpca

O fundador e pastor da igreja Assembleia de Deus Dose da Esperança foi preso suspeito de fraude sexual, estupro e estupro de vulnerável nessa quinta-feira (7), em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife. O homem de 36 anos atuava também como fundador e professor do Cursinho de Isoladas Kim Wolf e se aproveitava da sua posição para abusar das meninas, todas adolescentes. Desde setembro de 2021, um total de nove vítimas a partir de 12 anos registraram Boletim de Ocorrência.

De acordo com a delegada Vilaneida Aguiar, dentro da Igreja o homem não aparentava nenhum comportamento destoante com meninas e jovens, criando uma relação de confiança até mesmo com as famílias de diversas vítimas envolvidas na Igreja, mas no cursinho, o cenário mudava.

“As primeiras vítimas relataram que participavam dos cultos na Igreja da qual ele era pastor e também das aulas no cursinho. Elas relataram diversas situações de engano, ele contava mentiras para poder ficar a sós com elas. A partir daí, outras vítimas vieram e relataram situações até mesmo fora do cursinho”, explicou a delegada.

De acordo com Vilaneida, algumas vítimas de anos atrás, ao saberem das denúncias recentes, também se encaminharam para fazer Boletins de Ocorrência (B.Os.). Segundo a Polícia Civil, o relato mais antigo registrado até o momento afirma que o crime aconteceu em 2013.

“Há vítimas que relatam, depois que elas souberam que outras vieram até a delegacia, crimes que ocorreram há quase dez anos. Três vítimas relataram casos que aconteceram há muito tempo e que agora tiveram coragem. Como ele era uma pessoa que as vítimas tinham uma reverência por ele ser pastor, professor, muitas delas ficavam confusas: ‘Eu acho que estou imaginando coisas, isso que ele fez deve ser normal, eu que devo estar vendo muita televisão e imaginando coisas que não existem’. Quando elas viram que aquilo ali era uma mentira, tiveram coragem de denunciar”, afirmou Vilaneida.

“Em crime de cunho sexual, é comum que o autor se aproveite da confiança e da amizade que ele tem com a vítima e isso faz com que, muitas vezes, passe despercebido que está acontecendo um crime”, pontuou a gestora do Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA), Inalva Regina.

Os relatos mostraram que o homem arranjava desculpas para conseguir ficar a sós com a vítima, se utilizando de sua posição e da inocência das garotas. Uma vez sozinhos, ele dizia que iriam “fazer uma experiência" ou uma “gincana” e, afirmando não estar olhando, pedia para as meninas se vendarem e tirarem as vestes.

Em alguns casos, o homem não tocava nas meninas, em outros, sim, porém, mesmo sem o toque, o ato é crime de acordo com o Artigo 215 do Código Penal, que declara como violência sexual mediante fraude, “Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima”.

Em outro caso, o professor disse que levaria a adolescente para fazer uma prova, porém, dentro do carro, ele lhe ofereceu um copo de água e, depois de beber, a menina acordou amarrada em uma cama de motel.

A Igreja e o cursinho funcionavam no mesmo terreno, localizado no bairro R6 de Jaboatão e, enquanto as aulas eram em um dos salões dentro da casa, os cultos aconteciam em uma espécie de garagem. Agora a casa permanece abandonada.

O mandado de prisão foi cumprido pela Delegacia de Polícia de Crimes Contra Criança e Adolescente e Atos Infracionais (DPCCAI) de Jaboatão dos Guararapes, e a gestora do DPCA adverte:

“Se você sentiu algo que lhe incomodou, conte a alguém, não se cale, tire suas dúvidas. Muitas vezes, as pessoas se omitem e guardam aquele segredo durante anos da sua vida e, quando alguém fala, aí ela se enche de coragem e vai falar. Se você foi vítima de um crime ou dessa mesma pessoa que foi presa, procure uma delegacia, comunique o que aconteceu.”

Fonte: Folha de Pernambuco

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