30/04/2015 às 10h14m - Atualizado em 30/04/2015 às 10h42m
15 municípios de Pernambuco anuciam corte de até 30% no São João de 2015 por conta da crise
Emendas parlamentares para verbas extras estão suspensas, dizem gestores. Festas que teriam mais de dez dias passarão a ter até três, no máximo.
Localidades do interior do estado terão cortes no investimento em festas realizadas durante o período junino em 2015. As verbas podem cair em até 30% em 15 de 22 delas que fazem parte do Consórcio de Municípios do Agreste e Mata Sul de Pernambuco (Comagsul). "Os gastos variaram de R$ 400 a R$ 600 mil em 2014. Este ano, a projeção é de que esses valores variem de R$ 150 a R$ 200 mil", frisa o prefeito João Tenório, de São Joaquim do Monte, que representou os demais durante o anúncio em evento realizado na manhã desta quarta-feira (29) em Agrestina.
Os gestores que adotaram a medida alegam como causa a crise econômica nacional aliada à estiagem na região. "Precisamos priorizar algumas coisas, sem esquecer outras, centrar o pouco recurso que temos na Saúde, Educação e enfrentamento à seca. Estes são pontos que não podem faltar", justifica Tenório.
Ainda segundo este gestor, para viabilizar os eventos, os administradores contam apenas com a verba do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que não seria suficiente, mesmo com redução na grade de programação. "Do total disponibilizado mensalmente, 15% precisa ser investido na Saúde, mas chegamos a gastar em torno de 20%. Outros 25% devem ser usados com Educação. O que sobra precisa suprir as demais despesas de cada município. Temos uma verba específica para a Saúde, mas esta não dá para arcar com todas as necessidades do setor", detalha.
Para custear uma festa que varia de nove a 11 dias - a exemplo do ano passado na maioria dos municípios que fazem parte do consórcio -, contou-se com verbas de emendas parlamentares. O grupo de gestores alega, no entanto, que este tipo de via legal está suspensa. Desta forma, parcerias público-privadas podem ser a saída. "Estamos aguardando a definição do montante da Fundarpe [Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco] e Empetur [Empresa de Turismo de Pernambuco] para saber quais eventos do interior serão contemplados, para também irmos em busca de patrocínios", explica.
Os prefeitos reconhecem que a medida não favorece ao turismo, o que implica em diminuição na movimentação da economia. Tentando minimizar, e para reduzir custos com estrutura, em vez das programações serem distribuídas entre os dias 12, 23 e 28 - vésperas de Santo Antônio, São João e São Pedro -, a ideia é centralizar apresentações em dias consecutivos. "Como o dia que antecede o São João cairá em uma terça-feira e, na maioria dos municípios, o dia seguinte não é feriado, esta é outra questão a ser pensada. O ano passado contamos com os jogos da Copa do Mundo e os feriados em fins de semana, o que facilitou [a elaboração da grade]", complementa Tenório.
Com informações do G1PE
Foto: Alessandra Costa/ G1


