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12/07/2017 às 16h20m

Paraíba: Travesti de 16 anos é morta em João Pessoa; sargento da Polícia Militar é suspeito do crime

Anna Sophia, de 16 anos, foi a última dessas vítimas, assassinada com vários tiros. Amigas afirmam nas redes sociais que a vítima já tinha sofrido ameaças do sargento reformado

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Do Corrreio da Paraíba - Foto: Internet/Reprodução

A Paraíba já registrou seis homicídios de travestis este ano, segundo dados da Rede Trans, entidade que mapeia as mortes de pessoas trans por crimes de ódio. No último sábado (8), Anna Sophia, de 16 anos, foi a última dessas vítimas, assassinada com vários tiros na Praça Bela, no bairro dos Funcionários II, em João Pessoa. O suspeito é o sargento reformado da Polícia Militar, Antônio Rêgo Sobrinho, preso nesta terça-feira (11) pela Delegacia de Homicídios de João Pessoa.

Amigas de Anna Sophia afirmam nas redes sociais que a vítima já tinha sofrido ameaças do sargento reformado e que o suspeito já teria tentado assassinar outra travesti. A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) não soube confirmar se Antônio Rêgo tinha passagem na polícia. O responsável pela Delegacia de Repressão a Crimes Homofóbicos, delegado Marcelo Falcone, disse que tem crescido o número de ocorrências deste tipo em João Pessoa. “A gente tem tido cada vez mais atendimentos por crimes homofóbicos. Nós não investigamos assassinatos, quem faz isso é a Delegacia de Homicídios, mas temos registrado o aumento de ocorrências de ameaças e violências de vários tipos”, disse.

De acordo com o delegado, o assassinato das pessoas LGBTs é consequência de todas outras violências sofridas por esta parcela da população. “O assassinato é a última das violências. Maior parte das travestis é colocada na marginalidade muito cedo, não tem acesso aos direitos básicos. Não conseguem arrumar emprego e nem estudar por conta da violência. São pessoas que encaram a rejeição muito cedo, enfrentam todo tipo de violência durante a vida”, destacou Marcelo Falcone. No próximo sábado (15), às 18h, está programado um protesto contra o assassinato de travestis na Paraíba. O ato será na Praça Bela, local do assassinato de Anna Sophia, e já tem mais de 140 presenças confirmadas na página do evento no Facebook.

Crimes brutais

A primeira travesti assassinada este ano foi no município de Areia, Brejo paraibano, assassinada a pedradas. Madona, outra transexual do município de Guarabira, foi morta a golpes de faca. Uma característica comum aos assassinatos de travestis são os requintes de crueldade como são executados, o que reforça a motivação de ódio desses homicídios, destaca Josy Santos, do Centro Municipal de Cidadania LGBT. “As pessoas transfóbicas, que têm ódio de travesti, sempre existiram e hoje parecem existir ainda mais. Muitos, quando a travesti é garota de programa, são seus clientes à noite e as odeiam de dia.

Enquanto a sociedade não sair de sua zona de conforto e dar condições de emprego e cidadania, as mulheres trans continuarão sendo violentadas todos os dias”, disse. Assim como Anna Sophia, assassinada no último sábado (1º), várias travestis sofrem uma série de ameaças e tentativas de assassinato antes da consolidação do crime, por isso é preciso denunciar na Delegacia de Repressão a Crimes Homofóbicos.

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