04/01/2017 às 10h28m - Atualizado em 04/01/2017 às 10h35m
Parentes de PMs e bombeiros fazem marcha no Centro do Recife para reivindicar direitos desses profissionais
Participantes do ato caminharam da Praça do Derby até o Palácio do Campo das Princesas, onde uma comissão se reuniu com o chefe da Casa Militar para entregar abaixo-assinado.
Parentes de PMs e bombeiros protestaram no Centro do Recife nesta terça-feira (3)
As informações são do G1 PE - Foto: Foto: Marina Meireles/G1
Parentes de policiais e bombeiros militares de Pernambuco fizeram, nesta terça-feira (3), um ato para reivindicar os direitos dos trabalhadores dentro dos batalhões. Após se concentrar na Praça do Derby, no centro do Recife, desde às 14h, o grupo saiu em caminhada rumo ao Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual, por volta das 16h. De acordo com a organização do evento, 3 mil pessoas participaram da chamada Marcha da Família.
A passeata causou retenções no trânsito na Avenida Carlos de Lima Cavalcanti e, na Avenida Conde da Boa Vista, interrompeu o trafégo no sentido cidade. No trecho, orientadores da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) auxiliaram motoristas e motociclistas. Por volta das 17h30, quando o grupo chegou à Ponte Duarte Coelho, motoristas de ônibus desligaram os motores e passageiros desceram dos coletivos devido ao protesto.
Por volta das 18h, uma comissão formada por quatro mulheres e um advogado foi recebida pelo chefe da Casa Militar, Eduardo Pereira, para uma reunião. O grupo levou um abaixo-assinado para representar as reivindicações dos parentes dos policiais e bombeiros militares do estado.
De acordo com uma das organizadoras do ato, Jane Leite, o ato é uma forma de protestar contra abusos que acontecem na Polícia Militar. "Os policiais são, muitas vezes, humilhados durante o trabalho e chegam em casa com essa carga de nervosismo. Essa violência que acontece nos quartéis gera mais violência ainda no ambiente doméstico", reclama.
Ainda segundo Jane Leite, a realocação de alguns dos profissionais da PM para batalhões em outras cidades também é um dos motivos da manifestação. "Isso desestrutura totalmente a família", afirma. A representante do grupo ainda fez queixas sobre o uso de munições e coletes vencidos pelos militares.
Durante a caminhada, algumas das mulheres citaram casos de violência contra os maridos, pais e demais familiares que participam das tropas. "Muitos dos nossos filhos ficam órfãos e muitas de nós ficamos viúvas, e o governo não pensa nesses trabalhadores", frisou uma das integrantes da caminhada. O grupo também criticou o governador Paulo Câmara e pediu a saída do governo estadual.
Presente no ato, o presidente da Associação Pernambucana de Cabos e Soldados Militares (ACS-PE), Albérisson Carlos, reforçou a manutenção da Operação Padrão, deflagrada desde 7 de dezembro. "O governo está intransigente nas negociações. Amanhã vai acontecer uma reunião com os comandos, mas nenhuma das associações foi convocada para esse encontro", reclamou.