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20/01/2017 às 11h10m - Atualizado em 20/01/2017 às 11h12m

Improviso: radialista narra jogo sentado à beira do gramado no Pernambucano

Iran Carvalho, da Rádio Jornal, trabalhou no campo por falta de cabines suficientes. Depois ele foi transferido para arquibancada no meio da torcida, escoltado pela polícia

O narrador de futebol no rádio tem a missão de transmitir toda uma emoção vivida no estádio, para que o ouvinte sinta-se nas arquibancadas e consiga imaginar lance a lance da partida. Mas, geralmente, ele fica em cabines destinadas à imprensa, para ter maior comodidade para trabalhar e ter maior atenção no jogo.

Mas, imagina o narrador ter que fazer seu trabalho praticamente dentro do campo? Foi o que aconteceu com o radialista Iran Carvalho, da Rádio Jornal AM de Caruaru, que por falta de cabines suficientes, precisou improvisar para não deixar de transmitir o confronto entre Serra Talhada e Central, no estádio Nildo Pereira (Pereirão), válido pela quinta rodada da primeira fase do Campeonato Pernambucano.

- Quando eu cheguei lá, três horas antes do jogo, a empresa telefônica tinha instalado nossa linha em uma das menores cabines do estádio para dividir com cinco pessoas, mas nem o material deu para a gente montar, por ser muito pequena a cabine. Então, como não tinha mais cabines disponíveis, e eu tenho a credencial que dá acesso ao campo, eu pensei em puxar um cabo e dar uma de repórter e narrar o jogo de lá do campo mesmo, porque pelo menos lá tinha o alambrado para me proteger da torcida.

A atitude inusitada do radialista em narrar o jogo na lateral do campo logo chamou atenção do delegado da partida, que o colocou em outro lugar também nada convencional, para continuar seu trabalho.

- Mas quando estava lá narrando o jogo, com 15 ou 20 minutos, chegou o delegado da partida dizendo que não podia transmitir o jogo dali e queria me deslocar para outro local. Então eu disse para ele: "Se o senhor conseguir um local digno para que eu possa trabalhar, não tem problema, eu vou. Então ele disse que eu iria ficar no meio da torcida. Mas respondi: "Eu no meio da torcida? Com o barulho do povo, e outra coisa, eu estou fazendo o time visitante, no meio de torcedores da casa, e minha vida?". Então ele solicitou quatro policiais militares, pediu para polícia afastar o povo em um local da arquibancada e fiz todo o resto do jogo escoltado.

Mas essa não foi a primeira vez que o profissional passou por tal situação. Experiente no meio radiofônico, ele disse que já chegou a fazer algo semelhante em um dos grandes estádio de futebol do Brasil.

- É porque estamos em outra realidade, onde existe mais profissionalismo, mas só para ilustrar, eu já fiz um jogo no Maracanã, em cima de uma marquise. Isso aconteceu na década de 1980, mas hoje é outra realidade.

O GloboEsporte.com entrou em contato com a Federação Pernambucana de Futebol, por meio da assessoria de imprensa, mas até a publicação desta matéria não obteve resposta sobre o ocorrido.

Por GloboEsporte.com
Foto: Dayvson Roberto

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