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21/01/2019 às 09h51m - Atualizado em 21/01/2019 às 10h19m

Dia de celebrar o combate à intolerância religiosa

Rede de Mulheres de Terreiro de Pernambuco promove festa contra a intolerância religiosa em Xambá, Olinda

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Buscando dar maior visibilidade à luta contra a violação de direitos e lembrando a sociedade que o País é laico, a Rede de Mulheres de Terreiro de Pernambuco promoverá, às 14h de hoje, uma festa em celebração ao Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa

A ação será aberta ao público e ocorrerá no terreiro de Pai Ivo de Xambá, localizado no bairro de São Bento, em Olinda, Região Metropolitana do Recife. Estarão presentes segmentos religiosos de matriz africana e movimentos sociais. A data foi instituída em 2007, sob a lei de nº 11.635, após uma ialorixá ser perseguida por uma das grandes igrejas evangélicas do País no estado de Salvador. 

Antes da admissão da data, o Governo Federal já havia criminalizado a prática de intolerância ou preconceito contra qualquer tipo de manifestação religiosa. Segundo uma das coordenadoras executivas da Rede de Mulheres de Terreiro de Pernambuco, Vera Baroni, a atual conjuntura de governança nacional contribui com a perseguição de religiões que não seguem o cristianismo. 

“Entendemos que a situação atual facilita e estimula o aumento de violação de direitos e garantias. O governo deveria falar de ofício, não só ficar esperando denúncias. Se nossos governantes fossem para a televisão, falar que o País é laico e que não permitirá a intolerância, certamente essa violação diminuiria”, comentou Vera Baroni. 

Um dos pontos da discussão na tarde de hoje será a representatividade da árvore de tipo gameleira, datada de 1870 - e tombada pela Prefeitura do Recife há 33 anos - que desabou na última semana no Sítio do Pai Adão, em Água Fria, Zona Norte do Recife. A árvore é considerada sagrada para os seguidores das religiões de matriz africana, representando a vida do orixá chamado Iroko. 

“As pessoas que moram no sítio ouviram um grande estalo durante a madrugada e ninguém sabia do que se tratava, depois viram que era fogo. No dia seguinte caiu uma galha grande”, contou o babalorixá Manoel Papai. 

Ele ainda informou que não estava autorizado por seus ancestrais a falar mais sobre o assunto, mas que lamentava o ocorrido e reconhecia a importância da data. “Essa árvore era considerada refúgio de nossos ancestrais. Para nós, os que morreram estavam ali debaixo. A data é muito importante para combater a intolerância. Eu já viajei muito, encontrei intolerância em todos os países, mas o brasileiro é o mais intolerante.” 

A programação contará com um momento de reflexão entre os representantes dos movimentos. “Faremos uma atividade para dialogar com nós mesmos e também para fora da sociedade. Queremos falar de respeito e paz porque estou vendo a hora ter uma guerra religiosa no Brasil”, completou Vera. 

Uma caminhada que saíra do Terminal Integrado Xambá e seguirá até o Terreiro Xambá também está programada. A Secretaria de Trânsito e Transportes de Olinda informou que agentes de trânsito estarão presentes durante a caminhada, mas que não haverá alterações no trânsito.

Da Folha PE

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