27/01/2018 às 15h30m - Atualizado em 27/01/2018 às 17h13m
Criminosos invadem festa e matam 14 pessoas em Fortaleza; um suspeito foi preso
Moradores relatam medo de sair às ruas. Secretário diz que caso é 'pontual'. Entre os mortos, segundo os moradores, está um homem que vendia lanches em frente à festa.
Uma chacina deixou 14 mortos em uma festa no Bairro Cajazeiras, em Fortaleza, na madrugada deste sábado (27). (Foto: Internet - As informações são do G1 Ceará). O número foi confirmado pelo secretário da Segurança Pública do Ceará, André Costa. Nesta tarde, a secretaria informou que prendeu uma pessoa suspeita de participar da chacina e apreendeu um fuzil. Um ambulante que vendia lanches em frente à festa foi morto, segundo os moradores.
A informação inicial era de que membros de uma facção criminosa estavam na danceteria "Forró do Gago", próximo à BR-116, por volta da 0h30 (horário local - 1h30, hora de Brasília), quando vários homens armados chegaram em três carros, invadiram o local e dispararam tiros.
O secretário, no entanto, disse que as investigações ainda estão acontecendo e preferiu não atribuir o crime a uma disputa entre facções. Segundo ele, a chacina foi "um caso pontual" e o "Estado não perdeu o controle [do combate ao crime]".
Costa disse que a secretaria está trabalhando para identificar todas as vítimas, investigar a motivação do crime e fazendo buscas por suspeitos.
Entre os 14 mortos, há oito vítimas do sexo feminino e seis do sexo masculino. Um menino de 12 anos ficou ferido. Os nomes não foram divulgados.
Outras oito pessoas estão hospitalizadas, duas em estado grave. Sete estão no Instituto Dr. José Frota e outro no hospital Frotinha de Messejana.
Entre os internados no hospital Instituto José Frota (IJF) estão:
- um adolescente de 12 anos;
- um adolescente de 16 anos;
- duas adolescentes de 16 anos;
- uma jovem de 19 anos;
- um jovem de 24 anos
- uma jovem de 17 anos.
A procuradora de Justiça, Vanja Fontenele Pontes, coordenadora do Ministério Público do Ceará, comentou que o órgão também iniciou as investigações para tentar identificar os suspeitos. "Lamentamos muito essa situação, mas nós estamos trabalhando. Eu espero [que essa violência] pare por aqui", afirmou.
Relato de sobrevivente
"Está muito horrível, muito horrível mesmo, muita gente baleada no chão", disse um sobrevivente, em mensagem compartilhada em rede social. A PM confirmou que se trata da declaração de uma testemunha que pediu para não ter o nome divulgado.
Algumas testemunhas falam em dezenas de pessoas chegando e atirando, sem dar chance de defesa; outras falam que eram um grupo de 15 bandidos, em três carros, fortemente armados, segundo a Polícia Militar.
O PM ouvido pelo G1 afirmou também que os policiais realizam uma força-tarefa momentos após o crime em busca dos autores. Um helicóptero da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) sobrevoava a região.
O policial afirmou que não pode informar detalhes sobre as buscas ou eventual identidade dos suspeitos.