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06/02/2014 às 14h05m - Atualizado em 31/10/2017 às 09h05m

Governo do estado de PE, através da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS), promove consulta pública na zona rural de Timbaúba

Momento histórico que certamente contribuirá na melhoria da existência das futuras gerações humana, da permanência dos mananciais de água, da fauna e da flora da Serra dos Mascarenhas.

 

Na quarta-feira (5), às 10h, na escola Municipal Nossa Senhora de Fátima, Engenho Xixá, no município de Timbaúba, o governo estadual através da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), atendendo à solicitação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Goiana (COBH Goiana), promoveu uma Consulta Pública para discutir propostas sobre a criação da Área de Proteção Ambiental (APA) e dois Refúgios de Vida Silvestre (RVS), localizadas na Serra do Mascarenhas.

Essa reunião foi muito importante, pois colocou lado a lado usineiros, representantes rurais, pequenos e grandes cultivadores e fornecedores de cana de açúcar, pequenos e grandes produtores de bananas, lideranças locais, prefeitos, sindicatos dos Cultivadores de Cana (Sindicape) e da Indústria do Álcool e do Açúcar (Sindaçúcar), Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP), e moradores da região envolvida na discussão, e população em geral.

Hélvio Polito Lopes Filho secretário executivo e Giannina Cysneiros gerente da SEMAS, José Pedroza (Secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico de Timbaúba), e os prefeitos Júnior Rodrigues (Timbaúba), Paulo Barbosa (Macaparana), e Flávio Regis (São Vicente Férrer). Vilma Borba (COBH Goiana), Sr. Fernando da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), Alexandre Lima (AFCP), Gerson Carneiro Leão (SINDICAPE), representantes de conselhos e associações Engenho Xixá e entorno. Presença também de vários vereadores das cidades de Timbaúba, Macaparana e São Vicente Férrer.

O secretário executivo Hélvio Polito iniciou a reunião mostrando os benefícios e necessidades da criação da APA, e do RVS, para a região, O estudo pra criação dessas unidades é atendendo ao pedido do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Goiana (COBH Goiana), esta área é fundamental para o abastecimento d’água das áreas de proteção ao Rio Goiana. Segundo ele, estas propostas apresentadas pelo SEMAS, não visa tirar ou diminuir o valor econômico local, e nem tirar um só emprego “Pernambuco tem hoje 71 áreas de proteção e que em nenhuma delas houve intervenção por parte do governo nas propriedades”.

Segundo os técnicos da Semas, a ideia é que este conjunto de áreas protegidas forme no futuro um mosaico de UC’s com gestão integrada, motivando os municípios da região a adotarem medidas de proteção para os remanescentes florestais ainda existentes no território. Como parte do processo de formalização de UCs, as propostas ainda serão submetidas a audiências públicas nos municípios envolvidos, e também ao Conselho Estadual de Meio Ambiente, em reunião no dia 14 de fevereiro.

A criação de Unidades de Conservação não é uma ideológica, nem de partido político, não é ideia nova, outros governantes de Pernambuco de partidos diferentes também criaram UCs, e durante todo esse período houve uma boa convivência entre as unidades produtivas e a questão ambiental. Estas matas de Xixá e Água Azul são importantes para todos e principalmente para os agricultores, pois sem ela vai diminuir a produção de água, e certamente acabará a água na região, disse Hélvio Polito.

Giannina Cysneiros gerente da SEMAS, passou aos presentes um histórico da Serra dos Mascarenhas. A Serra das Mascarenhas é um dos pontos mais altos da Região da Mata Norte, tem os picos mais elevados que chega a 700 metros, uma altitude média de 225 metros acima do nível do mar, isso proporciona um diferencial pelo clima, quantidade de ar e insolação. A Estimativa de população em torno da serra é de aproximadamente 166 mil habitantes. E conta com uma economia diversificada sendo muito forte na cana-de-açúcar e banana (começou a ser plantada a partir da década de 40). Anos atrás produziu algodão e café que era cultivado na sombra, e mediante ao desmatamento deixou de produzir.

Outra atividade que está crescendo é o turismo rural e cultural, pois é uma região historicamente de cana-de-açúcar, além do patrimônio arquitetônico bastante significativo. O que se destaca na região é a rede hídrica com muitos cursos e fontes de águas.

A conservação das matas tem por objetivo também a continuação da distribuição de águas na bacia do Rio Goiana já que essa região abastece diversas cidades. A rede hidrográfica da serra é responsável pela drenagem do Rio Capibaribe Mirim e Bacia do Sirigi. A disponibilidade hídrica é prejudicada por desmatamentos, falta de mata ciliar nas margens dos rios, falta de proteção nas nascentes, contaminação do solo por uso de agrotóxicos, fertilizantes, lixos e esgotos diretamente no rio.

O desmatamento também é prejudicial ao turismo, prejudicando o relevo que tem grandes paisagens, sem isso a fonte de renda dos moradores pode acabar. Além do patrimônio cultural que seria outro grande prejudicado. A Serra dos Mascarenhas é área de grande importância para a biodiversidade. Em 2007, o Governo Federal e o Ministério do Meio Ambiente realizaram uma pesquisa e confirmaram que a região é uma área de extrema importância para conservação da biodiversidade do Brasil.

Os pesquisadores constataram que esse é o segundo maior fragmento de Mata Atlântica que existe ao norte do Rio São Francisco. E por ser grande ainda mantêm presenças de espécies diversificadas, como mamíferos de grandes portes, aves dos mais diversos tipos e a estimativa de 165 espécies de aves. A APA (Área de Proteção Ambiental) tem cerca de 32 mil hectares e se limita com as rodovias PE-89, PE-74, BR-408, com os municípios de Orobó e Machados, e com o estado da Paraíba, além de se encontrar com os rios Capibaribe Mirim e Sirigi. Fazem parte os municípios de Macaparana, São Vicente Férrer, Timbaúba, Aliança e Vicência.

Em seu discurso o Prefeito de Timbaúba, Junior Rodrigues, destacou que a gestão do município é de continuidade e que se preocupa com o homem do campo, que é um dos grandes responsáveis pela produção do alimento. E a intenção é apoiar os pequenos e grandes empreendedores. Ele ainda deixou claro que município compartilha e dará total apoio a essa iniciativa do Governo do Estado de preservação, que é uma preocupação mundial. Desde que no futuro não haja prejuízo principalmente para os moradores que tiram seu sustento desta área de preservação, a preocupação maior não é só a implantação do projeto, é também a manutenção do projeto, sua continuação, e principalmente tona-lo viável. Argumentou o prefeito anfitrião Júnior Rodrigues em sua fala.

Já os dirigentes Alexandre Lima (AFCP), Gerson Carneiro Leão (SINDICAPE), José Guilherme (ex-superintendente da Usina Cruangi), e outros representantes do agronegócio, pediram mais tempo para que as propostas da APA fossem mais discutidas sobre as melhores formas para avançar na criação da reserva, sem com isso, prejudicar o produtor e as cidades. “O maior problema da criação da APA é se for proibida a utilização de herbicidas e fungicidas nas plantações de cana e de banana”, destaca Lima o dirigente.

Um novo encontro entre ambientalistas da SEMAS, e lideres das comunidades rurais, pequenos e grandes pecuaristas da área consultada, políticos, autoridades e da população em geral, está marcada para a próxima terça-feira (11/02), às 9 horas, na Ação Paroquial de Assistência (APA), em São Vicente Férrer.

Por Reginaldo Silva/Renato Melo

Fotos Timbaúba Agora

Confira as fotos da Consulta Pública no Engenho XIXÁ, este momento histórico para nossa região. Governo, ambientalistas, população, e pequenos, médios e grandes produtores rurais da área localizada na Serra dos Mascarenhas, futura APA (Área de Preservação Ambiental).

 

 

 

 

 

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