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13/04/2017 às 04h45m - Atualizado em 13/04/2017 às 05h17m

Paraíba, açude de Boqueirão chega ao limite na pior crise da história

Há 5 anos sem sangrar, com 3% do volume de água, açude vive o pior momento e esperança está na transposição.

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Torre construída para calcular volume já está totalmente descoberta pela água do açude de Boqueirão, na Paraíba. Com informações do G1 PB - Foto: Artur Lira

Nesta quarta-feira (12) o o açude Epitácio Pessoa, conhecido como açude de Boqueirão, tem apenas 3% do volume total de água de sua capacidade. Desde quando foi fundando no fim da década de 1950, no Cariri paraibano, nunca havia registrado um volume tão baixo de água. Quem vive às margens do reservatório não vê as águas transbordarem por cima do sangradouro há cinco anos.

Segundo os dados da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa), o açude tem capacidade para armazenar 411.686.287 m³ de água, mas está com pouco mais de 12 milhões de m³ (3%), nesta quarta-feira. A torre construída para auxiliar no monitoramento do volume do açude já está completamente descoberta. As duas comportas que captavam a água no fundo do açude por meio da gravidade já não têm mais água por perto.

Mesmo enfrentando um forte racionamento, a população de Campina Grande e outras 18 cidades paraibanas abastecidas por Boqueirão ainda têm água nas torneiras graças a um sistema de bombas elétricas de captação flutuante, que foi instalado no meio da pouca água que ainda existe. Nas margens do açude, o chão já está rachando, deixando mais evidente o início de um colapso. A água de Boqueirão abastece cerca de 1 milhão de pessoas.

Os barcos que por vários anos já foram usados na pesca estão abandonados por conta da proibição da atividade no açude. Ao olhar para o açude, o que antes era uma “mar de água” deu espaço para ilhas e morros nunca visto antes.

O último pior índice registrado em uma crise hídrica anterior ocorreu no fim da década de 1990, quando o açude chegou à margem de 14% do volume total. A última vez que o açude de Boqueirão sangrou foi em 2011. Desde 2014, o açude também não teve mais recargas de água significativas. Por conta do baixo nível de água, desde 6 de dezembro de 2014, a população abastecida começou a enfrentar um racionamento de água.

Com o baixo nível de água, o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) iniciou uma sequência de obras para otimizar o açude de Boqueirão. A torre que ficou descoberta pela água está sendo restaurada, a área de captação das comportas foram desassoreadas e o sistema de abertura e fechamento das comportas, que antes era manual, passa a ser automatizado. O Dnocs também aumentou a abertura de passagem da água para a perenização do rio.

Com a chegada das águas da transposição do Rio São Francisco, o açude de Boqueirão abre mais um capítulo: o recomeço de sua história. A expectativa é de que, com a constante passagem de água pelo Rio Paraíba, através da transposição, o açude permaneça com um volume acima de 30%, segundo a Aesa.

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