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16/06/2021 às 01h35m - Atualizado em 16/06/2021 às 03h48m

Grávida perde bebê ao ser baleada durante ação policial na Bahia

Três tiros interromperam a gravidez de oito meses de Jucilene de Santana.

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Jucilene de Santana Juriti e Angelo Oliveira já haviam comprado o enxoval do bebê previsto para chegar neste mês de junho.

O casal, morador do bairro de São Tomé de Paripe, em Salvador, já tem uma menina de quase cinco anos e um menino de dois, e estava prestes a dar as boas-vindas a seu terceiro filho, Alan Júlio.

A trajetória da família descarrilou em 17 de maio, um dia que corria normalmente para Jucilene, então grávida de oito meses. Ela estava com as crianças diante do portão da casa onde mora quando foi atingida, no meio da tarde, por três tiros durante um confronto entre policiais e criminosos em sua rua.

Jucilene passou uma semana em coma no hospital. Um dos tiros a fez perder um rim; outro resultou em uma cirurgia no braço. Mas a principal perda foi a do bebê, atingido pelo terceiro disparo.

"A minha menina mais velha ainda pergunta: 'meu irmão morreu?'", conta Angelo.

Ele, que trabalha como servente de pedreiro, precisou pedir um adiantamento de R$ 500 no emprego para cobrir os custos do sepultamento de Alan Júlio, enterrado enquanto sua mulher ainda estava hospitalizada.

"É uma perda que não tem explicação. A gente tenta se conformar, mas não tem como explicar essa dor", lamenta Angelo.

Segundo a imprensa baiana informou no dia 17 de maio, policiais em patrulhamento depararam com um suspeito na área onde mora Jucilene, o que deu início a uma troca de tiros.

Em nota à BBC News Brasil, a PM baiana afirmou que as investigações estão sendo conduzidas pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). "É importante salientar que só a partir dos resultados da perícia técnica pode-se determinar de onde partiram os disparos das armas utilizadas", diz a nota.

Jucilene agora se recupera em casa, "de repouso e muito emotiva", explica o marido. Com o braço operado, ela ainda não consegue segurar as crianças no colo.

O trágico desfecho do caso deixou a família em situação ainda mais delicada financeiramente, diante dos gastos com medicamentos para Jucilene, além da alimentação especial e da fisioterapia que seu estado de saúde exige.

"Estamos vivendo bem na cara e na coragem mesmo, com o pessoal nos ajudando como pode", prossegue Angelo.

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