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30/06/2016 às 20h31m - Atualizado em 01/07/2016 às 08h35m

Envenenamento foi causa da morte de empresário encontrado em motel

Paulo Morato era foragido de investigação da PF sobre lavagem de dinheiro. Ele foi encontrado em Olinda, no dia 22 de junho; investigação segue.

Envenenamento por chumbinho foi a causa da morte do empresário Paulo Cesar de Barros Morato, achado em um motel de Olinda, no Grande Recife, no dia 22 de junho e alvo da Operação Turbulência, da Polícia Federal. Os exames histopatológico e toxicológico nas vísceras de Morato apontaram uma "intoxicação exógena por organofosforado", informou a Polícia Científica de Pernambuco nesta quinta-feira (30).

Não foi esclarecido se o empresário tomou o veneno ou se alguém deu a ele. "Houve envenenamento por chumbinho no Paulo César Morato. Quando todos os exames estiverem concluídos, serão encaminhados para a Polícia Civil fazer o inquérito e definir se o que aconteceu com o empresário foi suicídio ou assassinato", informou Otávio Toscano, gerente de comunicação da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS).

Segundo a Polícia Científica, já foram concluídos os exames de DNA, histopatológico e toxicológico nas vísceras do empresário. Ainda faltam ser concluídas as perícias das imagens das câmeras do motel, papiloscopia, química, tanatoscópica e local de morte. De acordo com a SDS, a previsão é de que o corpo do empresário seja liberado para a família na sexta-feira (1º). A Polícia Federal informou que as investigações da morte de Morato seguem sob responsabilidade da Polícia Civil pernambucana.

A Operação Turbulência investiga uma organização criminosa suspeita de lavagem de dinheiro, que pode ter financiado a campanha política do ex-governador Eduardo Campos, morto em 2014. Quatro pessoas foram presas - Eduardo Freire Bezerra Leite, Arthur Roberto Lapa Rosal, Apolo Santana Vieira e João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho. O inquérito aponta que Campos e o senador Fernando Bezerra Coelho receberam propina do dono do avião, João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Morato era o “verdadeiro responsável pela empresa Câmara & Vasconcelos Locação e Terraplanagem LTDA”. Segundo o inquérito da PF, por meio desta e outras pessoas jurídicas, Morato teria “aportado recursos para a compra da aeronave PR-AFA (que caiu com Campos, em 2014) e recebido recursos milionários provenientes de empresas de fachada utilizadas nos esquemas de lavagem de dinheiro, engendrados por Alberto Yousseff, Rodrigo Morales e Roberto Trombeta, além de provenientes da construtora OAS”.

A Câmara & Vasconcelos é apontada pelo inquérito como a empresa que recebe da OAS o montante de R$ 18.858.978,16. O documento afirma que "chama a atenção" o repasse de recursos milionários de quase R$ 19 milhões para "uma empresa fantasma, a qual possui 'laranjas' confessos em sua composição societária, o que representa um claro indicativo de lavagem de dinheiro".

Polêmica

Um dos exames das vísceras do empresário teve que ser feito em um laboratório da polícia da Paraíba. A decisão foi tomada por causa de um problema técnico. O equipamento usado no Instituto de Criminalística Professor Armando Samico (ICPAS), da Polícia Científica de Pernambuco, estava quebrado, de acordo com informações da SDS, e não havia condições de fazer o teste toxicológico.

A polêmica em torno do Caso Morato surgiu quando o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) denunciou possíveis ingerências políticas na investigação. Os sindicalistas chegaram a apresentar um documento no qual a delegada titular do inquérito, Gleide Ângelo, autorizaria uma perícia complemnetar no Motel Tititi, um dia depois de o corpo ter sido achado. Tal análise jamais chegou a ser feita.

As polícias Civil, Federal e Científica descartaram, na tarde de segunda-feira (27), a possibilidade de interferências externas ou de falhas na perícia nas investigações. Em coletiva de imprensa na sede da Secretaria de Defesa Social, o secretário em exercício de Defesa Social, Alexandre Lucena, garantiu que não houve falha na perícia, e sim de comunicação quanto à realização de uma perícia complementar no dia seguinte à morte do empresário.

Também participaram da coletiva o chefe da Polícia Civil, Antonio Barros; a delegada responsável pela investigação da morte do empresário, Gleide Ângelo; o superintendente da PF, Marcello Diniz;a gestora da Polícia Científica, Sandra Santos; o perito papiloscopista Lauro Macena; e a perita criminal Vanja Coelho.

O perito papiloscopista entendeu que poderiam ser feitas mais perícias e deixou um documento para os peritos de plantão do dia seguinte, que entenderam que deveriam ir até o local para fazer as perícias complementares. Houve um ruído na comunicação: o perito não se expressou direito e a delegada não viu necessidade de nova perícia. Mas não houve uma falha da investigação, segundo o secretário: todas as perícias possíveis foram efetuadas. A perícia complementar, segundo a própria delegada que coordena a investigação, não seria necessária e é ela que coordena a investigação, e não seus auxiliares.

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