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17/07/2014 às 15h01m - Atualizado em 17/07/2014 às 15h05m

Paulo Câmara usou aviões fretados pelo governo em pré-campanha

Tática (Que não apresenta ilegalidade) é semelhante à que Lula adotou em relação à sua escolhida para sucedê-lo

Após ter sido anunciado como pré-candidato a governador do presidenciável Eduardo Campos (PSB), o ex-secretário da Fazenda Paulo Câmara (PSB) usou aviões fretados pelo governo do Estado para cumprir agendas administrativas pelo interior, numa estratégia política para torná-lo conhecido. A tática é semelhante à que o ex-presidente Lula adotou em relação à sua escolhida para sucedê-lo. A então ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, passou a acompanhá-lo em eventos de toda natureza.

Paulo Câmara participou de inaugurações em seis ocasiões diferentes. O valor total do aluguel das aeronaves à empresa de táxi aéreo Weston consumiu R$ 205 mil do erário. Em todos os voos, entre os dias 2 e 30 de março, Paulo viajou na companhia do seu padrinho político, como revela um levantamento do JC no Portal da Transparência.

O site fornece para a pesquisa informações detalhadas sobre o aluguel de aeronaves. Antes, a lista com o nome das pessoas a bordo não era publicada. Entre agosto de 2013, início da divulgação dos dados de forma mais transparente, e o dia 24 de fevereiro, quando o então secretário da Fazenda foi confirmado como pré-candidato, o Estado havia contratado 20 voos. Paulo Câmara não foi passageiro em nenhum deles. Viajar não era uma atividade tão comum ao cargo que exercia.

No Carnaval, Paulo Câmara começou a se deslocar para visitar cidades de várias regiões do Estado. Como ainda ocupava a Secretaria da Fazenda, antes das convenções partidárias, podia integrar a comitiva do governador, embora não costumasse fazê-lo. No dia seguinte ao desfile do Galo da Madrugada, no Recife, ele voou para Arcoverde, no Sertão. O frete custou ao Estado R$ 33,5 mil.

A segunda viagem foi realizada no dia 13 de março. Ao lado de Eduardo, Paulo Câmara cumpriu agenda também no Agreste e teve um dia movimentado. Participou da inauguração do Açude da Nação, no município de Bom Conselho, além de inspecionar a construção de uma estrada e de uma Escola Técnica. Seguiu para Garanhuns, onde assistiu ao corte da fita da reforma do Hospital Regional Dom Moura. O segundo voo saiu por R$ 56 mil.

Ter se deslocado de avião possibilitou ao candidato retornar ao Recife a tempo de participar, à noite, de uma evento organizado pelo PSB, em bar na área central da cidade. Paulo e o restante da chapa majoritária da Frente Popular foram apresentados a diversos segmentos da classe artística por figuras como o escritor Ariano Suassuna.

Uma semana depois, Paulo Câmara voou novamente pelo erário para cumprir uma agenda de oito atividades no Sertão. Nenhuma delas com vínculo direto com a pasta que ocupava. Nos dias que antecederam o fim do prazo de desincompatibilização, Paulo intensificou as viagens. Entre os dias 26 e 30 de março, foram três aluguéis de aeronaves, ao custo total de R$ 67,6 mil.

RESPOSTA

Por nota, a assessoria de imprensa do candidato Paulo Câmara (PSB) disse que a presença dele em viagens ao lado do ex-governador Eduardo Campos foi "uma realidade" ao longo dos últimos sete anos. "Elas sempre aconteceram, tanto em voos comerciais como fretados. No entanto, a sua participação nas agendas não era evidenciada na imprensa pela postura discreta do então secretário", diz um trecho da curta nota.

Antes de agosto de 2013, o nome dos passageiros das aeronaves alugadas não era fornecido ao público. Apenas o nome da empresa e o valor e a data do contrato ganhavam publicidade. Desde que a divulgação dos custos ficou mais transparente, porém, 20 voos foram contratados. E Paulo Câmara não esteve presente em nenhum deles. Só viajou de aluguel pago pelo erário depois que foi anunciado como candidato.

As informações são do NE10

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