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29/07/2020 às 10h51m - Atualizado em 30/07/2020 às 06h47m

Três assessores de vereadores são presos em operação que investiga 'rachadinha' na Câmara do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife

Segunda fase da Operação Rateio foi deflagrada nesta quarta (29). De acordo com a polícia, eles trabalhavam para o vereador Flávio do Fórum, preso na primeira fase da operação, em 22 de julho.

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Três assessores parlamentares na Câmara Municipal do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, foram presos na Operação Rateio II, deflagrada nesta quarta-feira (29). Segundo a Polícia Civil, eles são integrantes de uma quadrilha envolvida em crimes de peculato, falsidade documental e frustração de direito trabalhista.

Esta é a segunda fase da operação que prendeu o vereador Flávio do Fórum (PL) e investiga um possível esquema de "rachadinha" no gabinete do parlamentar. A prática ocorre quando funcionários públicos e prestadores de serviço repassam para o político com quem trabalham parte do salário que recebem.

A suspeita da Polícia Civil é de que o vereador tenha se apropriado indevidamente de até 90% dos salários dos comissionados da Câmara. Os nomes dos três assessores presos não foram divulgados pela Polícia Civil, que informou que eles trabalhavam para o vereador Flávio do Fórum e foram afastados do cargo na primeira fase da Operação Rateio.

Segundo a polícia, um dos três assessores parlamentares presos tinha o salário líquido de R$ 12,5 mil e recebia, no bruto, R$ 9,5 mil, mas esse valor não ficava todo com ele, pois uma parte do dinheiro ia para o vereador. A investigação descobriu que esse assessor morava em uma casa muito simples, incompatível com o salário dele.

Também de acordo com a polícia, um segundo assessor foi preso porque atrapalhava as investigações, e o terceiro assessor seria um pastor, que fazia casamentos coletivos a pedido do vereador em troca de apoio para o parlamentar. O G1 está em busca do contato de Flávio do Fórum.

Os três mandados de prisão preventiva cumpridos pela Operação Rateio II foram expedidos pela 1ª Vara Criminal da Comarca do Cabo de Santo Agostinho. Os três assessores presos foram levados para fazer exame de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, no Centro do Recife.

Em seguida, eles são ouvidos no Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco), no Barro, na Zona Oeste da capital. Depois, são encaminhados ao Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana.

As investigações tiveram início em junho de 2019 e foram assessoradas pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil (Dintel). Ao todo, 20 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães, participam da Operação Rateio II, que é a 33ª operação de repressão qualificada do ano.

Ela é coordenada pela Diretoria Integrada Especializada (Diresp), sob a presidência da delegada Isabela Porpino, adjunta da 1ª Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor), do Draco. A divulgação de outros detalhes sobre a Operação Rateio II está prevista para ocorrer em uma coletiva de imprensa agendada para a quinta-feira (30).

Primeira fase da operação

A Operação Rateio teve a sua primeira fase deflagrada no dia 22 de julho. Além da prisão do vereador Flávio do Fórum, mandados de busca e apreensão foram cumpridos em imóveis do vereador Neto da Farmácia (PDT), presidente da Câmara Municipal do Cabo.

Através das investigações, a Polícia Civil constatou o desvio de R$ 2,6 milhões por meio do esquema de "rachadinha". O montante teria sido desviado desde 2017, ano de início do mandato dos vereadores da atual gestão

Segundo a Polícia Civil, com a instalação do sistema de biometria na Câmara Municipal do Cabo, alguns comissionados iam ao local para "bater o ponto" e, em seguida, saíam.

A corporação também constatou que houve demissão em massa de pessoas que ocupavam cargos comissionados na Câmara, seguida da contratação dos mesmos funcionários para arrecadar a verba rescisória de volta para os envolvidos.

A investigação apontou, ainda, a cessão de comissionados do gabinete da presidência da Câmara aos gabinetes de outros vereadores. A apropriação do dinheiro de diárias de congressos também é investigada pela Polícia Civil, pois outras pessoas iam aos eventos e assinavam os documentos em nome dos comissionados.

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