10/09/2025 às 16h46m - Atualizado em 12/09/2025 às 06h52m
Médica acusada de envolvimento na morte do marido é encontrada morta horas depois de retornar para presídio em Sergipe
Daniele Barreto ficou internada por oito dias em uma clínica psiquiátrica e foi levada de volta para o Presídio Feminino.
Advogado José Lael de Souza Rodrigues Júnior e a médica Daniele Barreto — Foto: Reprodução/ Redes Sociais
A médica Daniele Barreto, de 46 anos, acusada de envolvimento na morte do marido Lael Rodrigues, foi encontrada morta horas depois de retornar ao Presídio Feminino em Nossa Senhora do Socorro. A informação foi confirmada pelo advogado dela, Fábio Trindade.
Ela havia passado por uma audiência de custódia, quando foi definido que ela teria acompanhamento médico no presídio, após a defesa alegar que a médica possuía Transtorno de Personalidade Borderline (TPB).
Antes da audiência, ela estava internada em uma clínica psiquiátrica, desde o dia 1º de setembro. O motivo não foi divulgado. A prisão domiciliar da médica foi revogada pelo STF no fim do mês de agosto.
"Daniele foi retirada de um tratamento, já constava nos autos, que era um tratamento por tempo indeterminado", disse o advogado sobre a retirada da médica da clínica psiquiátrica.
A Secretaria de Justiça de Sergipe informou que ela foi encontrada com sinais aparentes de suicídio. Uma equipe do Samu foi acionada e constatou o óbito. As circunstâncias da morte serão investigadas.
Prisão
A médica foi presa no dia 12 de novembro do ano passado, com outras seis pessoas suspeitas de envolvimento na morte do marido dela no dia 18 de outubro de 2024. Após passar um período em uma delegacia da capital sergipana, ela foi transferida para o Presídio Feminino em Nossa Senhora do Socorro no dia 10 de janeiro de 2025.
Em maio deste ano, Daniele teve a prisão convertida em domiciliar e deixou a residência no 1º de setembro após passar mal e ser levada para um clínica psiquiátrica. A internação aconteceu um dia após a prisão domiciliar dela ser revogada.
A primeira audiência sobre o caso havia sido realizada no dia 22 de agosto no Fórum Gumersindo Bessa, em Aracaju. No dia 6 de setembro, advogados que faziam parte da equipe de defesa da médica no processo se retiraram do caso, após alegarem inadimplência contratual.
Encomenda do crime
O advogado criminalista José Lael Rodrigues Júnior, de 42 anos foi assassinado a tiros no dia 18 de outubro de 2024, na Zona Sul de Aracaju, quando dois homens desceram em uma motocicleta dispararam contra o carro em que estava junto com o filho. Ambos foram baleados e socorridos, mas o advogado não resistiu.
Imagens de câmeras de segurança mostram que cerca de 1h30 antes da execução, a amiga e a secretária da médica são vistas conversando com os suspeitos dentro do carro, e depois são deixadas no condomínio de uma delas.
De acordo com as investigações, o advogado e o filho dele saíram na noite do crime, no dia 18 de outubro, até uma lanchonete para comprar açaí, a pedido da mulher. Ela teria informado a localização deles aos executores.
Após sair de casa, o carro do advogado é seguido por uma motocicleta e por um carro, que teria sido alugado pela amiga dela. Ele foi atingido com três tiros e o filho por um. O jovem dirigiu o carro até um hospital particular, mas o pai já estava morto. Ele foi socorrido e sobreviveu.