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27/09/2015 às 07h09m - Atualizado em 27/09/2015 às 07h53m

Estudante pernambucano cria braço robótico que custa menos de R$ 2 mil

Protótipo é ativado através do monitoramento do cérebro. No mercado, prótese mecânica de braço chega a custar R$ 200 mil.

Um braço robótico de baixo custo e que funciona a partir de comando cerebral foi criado por Vítor Hazin, de 22 anos, estudante de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O protótipo custou menos de R$ 2 mil, enquanto as próteses robóticas para membro superior que existem no mercado chegam a custar R$ 200 mil segundo especialistas.

A ideia surgiu durante o intercâmbio que Vítor fez na Inglaterra. "Fiz um módulo de mestrado lá, onde eu tive que controlar um jogo de tetris com o piscar dos olhos. Foi quando eu conheci o eletroencefalograma e me interessei bastante", explica o estudante, que começou a pesquisar e trabalhar a ideia.

Muitas próteses no mercado funcionam por meio do reconhecimento da musculatura e a ideia de Vítor foi aproveitar o eletroencefalograma para ativar a prótese. "O computador filtra o sinal e faz o processamento final em tempo real. Quando detecta o comando, o computador é que manda o sinal para o braço robótico", detalha.

O projeto ainda passa por aperfeiçoamentos, mas o processo de patente da tecnologia já foi iniciado. O estudante busca ainda uma forma de substituir o computador como tradutor dos comandos captados pelo eletroencefalograma. "Ainda tem muita coisa para chegar ao mercado. Comprei a impressora 3D para fazer um braço que tenha mais força e seja mais útil, preciso melhorar a interação ainda", exemplifica Vítor.

Ao demonstrar o funcionamento, Vítor consegue beber um copo de água e até mesmo comer uma batata frita. Tudo interpretado a partir do cérebro. "Nada disso fazia parte do meu estudo lá. Eu fiz esse módulo de piscar os olhos, mas como gostei bastante do equipamento, fiz o trabalho por mim mesmo. Fiz os projetos de iniciação cientifica em paralelo. Fiz isso sem orientação, mas sempre que tinha duvida, mandava e-mail ao professor", conta o estudante.

Esperança
Para o médico especialista em ortopedia oncológica Marcelo Souza, o avanço proposto pelo aluno da UFPE é "inestimável". "As próteses de membros superiores, braços de uma forma geral, são muito mais custosas, muito mais refinadas. Próteses mioelétricas, inteligentes, onde o paciente pode mandar um comando neuronal e aquilo, transmitido para os músculos, que por sua vez mande para o controle da prótese, chegam a custar R$ 200 mil. Não é uma coisa de fácil acesso", afirma Souza.

Com os acidentes de trânsito e guerras em todo o mundo, próteses que sejam mais que um prolongamento da amputação são essenciais. "A quantidade de pessoas amputadas é muito grande. Não apenas o prejuízo que isso causa ao estado como um todo, mas a demanda das pessoas é enorme por próteses que dão uma função melhor a ela", explica o médico.

Trabalhando no Hospital de Câncer de Pernambuco, Souza ressalta que a ideia de uma prótese funcional é de extrema importância. "Isso representa um passo incrível no desenvolvimento da ciência brasileira. No serviço do Hospital de Câncer, nós precisamos demais de baratear o custo de algo tão importante para as pessoas que são amputadas", avalia.


As informações são do G1PE

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