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25/11/2016 às 11h11m - Atualizado em 25/11/2016 às 11h30m

Caboclinhos conquistam título de Patrimônio Imaterial do Brasil

Há cerca de 70 grupos da tradição no estado. O pedido de registro e o inventário da manifestação foram realizados pelo Governo de Pernambuco

Na década de 1930, uma equipe de pesquisadores percorreu o Nordeste do Brasil para registrar as manifestações culturais e folclóricas da região, em especial a dança e a música. A iniciativa fazia parte da Missão de Pesquisas Folclóricas idealizada por Mário de Andrade que, à frente do Departamento de Cultura de São Paulo na época, se empenhava em investigar aspectos formadores da identidade nacional. Entre as manifestações registradas pela Missão, uma delas chamou a atenção do escritor modernista. “De todas as danças dramáticas que vi, os caboclinhos são o único bailado verdadeiro”, escreveu.

Passados mais de 80 anos do estudo pioneiro de Mário de Andrade, os caboclinhos são agora oficialmente reconhecidos como Patrimônio Cultural e Imaterial do Brasil. O título foi concedido na manhã desta quinta-feira (24/11), por unanimidade, no Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, na sede do Instituto Histórico e Artístico Nacional -IPHAN, em Brasília. Com o título, o caboclinho fica inscrito no Livro das Formas de Expressão e tem garantidos o reconhecimento, a valorização e a salvaguarda de um conjunto de bens culturais, saberes, fazeres e formas de expressão que o representam.

O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural é composto por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia. Na votação, estavam gestores de órgãos públicos e mais 13 representantes da sociedade civil com conhecimento nos campos de atuação do Iphan.

“Este é mais um bem cultural inventariado pela Secretaria de Cultura de Pernambuco e pela Fundarpe. Já conseguimos o registro de Patrimônio Imaterial para tradições importantes da nossa história e cultura, como o frevo, os maracatus, o cavalo-marinho. Agora temos o caboclinho. Com os caboclinhos, chegamos a mais uma expressão cultural que versa sobre o universo indígena e afro pernambucano. Essa representatividade contribui em outros assuntos por onde este bem cultural também transita, como as religiões de matrizes africanas e indígenas”, depõe o secretário de Cultura Marcelino Granja.

Para a presidente da Fundarpe Márcia Souto, “com o registro nacional, os próprios caboclinhos, por meio de seus representantes, junto com a gestão pública, podem desenvolver estratégias para preservação desse bem. Assim, o Estado dá continuidade a uma política de fortalecimento de seus signos culturais representativos em nível nacional”.

O pedido de registro dos Caboclinhos foi feito em 2008, pelo então governador Eduardo Campos, juntamente ao pedido de registro do Maracatu Nação, Maracatu de Baque Solto e Cavalo Marinho, que obtiveram o reconhecimento como bem cultural imaterial do Brasil em dezembro de 2014. Para subsidiar a candidatura, foi entregue ao Iphan, no dia 13 de agosto de 2013, um dossiê produzido entre dezembro de 2011 e novembro de 2012, com base na metodologia do Inventário Nacional de Referência Cultural (INRC).

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