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30/11/2018 às 12h17m - Atualizado em 01/12/2018 às 18h30m

13º injeta R$ 211 bilhões na economia do Brasil

O volume é inferior ao do ano passado e não deve salvar os varejistas de um Natal 'morno'

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Estadão Conteúdo

Com o pagamento da primeira parcela do 13.º salário, para quase 85 milhões de brasileiros, vai injetar R$ 211 bilhões na economia. O volume é inferior ao do ano passado e não deve salvar os varejistas de um Natal "morno", como é a expectativa do setor.

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística Estudos Socioeconômicos, os recursos da primeira parcela do 13.º ficarão 1,3% abaixo do que foi pago no ano passado, já descontada a inflação. E apesar da recente retomada da confiança de empresários e consumidores revelada por vários índices, a expectativa do varejo é de um ritmo de crescimento de vendas neste Natal inferior ao do ano passado.

A Confederação Nacional do Comércio (CNC) espera um avanço real nas vendas de 3,1% neste ano ante 3,9% obtido em 2017. "Será um Natal morno", diz o economista-chefe da CNC, Fábio Bentes. Entre os fatores para um crescimento menor, ele destaca a inflação maior neste ano. Um levantamento de preços feito pelo economista com 30 produtos e serviços mais consumidos no Natal mostra que, neste ano, eles subiram 4,5%, ante deflação de 1,2% em 2017.

Bentes também aponta a lenta recuperação do emprego como obstáculo a um crescimento mais robusto das vendas e uma certa cautela do consumidor que quer evitar compras a prazo, que normalmente envolvem gastos maiores. 

Pagamento à vista

De acordo com pesquisa do SPC Brasil, 57% dos brasileiros vão optar pelo pagamento à vista. "Essa parcela aumenta ainda mais para as camadas de menor renda", afirma Flávio Borges, superintendente de Finanças. Cautelosa, a dona de casa Marinella Fiori, de 35 anos, por exemplo, adotou essa estratégia para se precaver. Nesta semana, ela foi às compras de brinquedos de Natal para os filhos e afilhados na Rua 25 de Março, no centro de São Paulo, e pagou à vista. "Vou gastar um pouco menos este ano e vim aqui porque é mais barato que no shopping." Marinella acha que a economia pode melhorar com a mudança de governo. Mas, como até o momento não houve nada concreto nesse sentido, decidiu "segurar um pouco" o consumo.

Nabil Sahyoun, presidente da Associação de Lojistas de Shoppings, está otimista com as vendas de fim de ano. "A expectativa é de um crescimento real de 3,9%, um crescimento importante, mas sem euforia", diz. Apesar da melhora na confiança, ele pondera que muitas pessoas estão cautelosas porque o desemprego continua elevado.

Na Lojas Cem, especializada em eletrodomésticos e eletrônicos, a expectativa é que o desempenho do Natal deste ano seja muito parecido com o de 2017, com um crescimento real, descontada a inflação, entre 2% e 3%, prevê José Domingos Alves, supervisor-geral da rede. "Não vejo motivos para um grande crescimento. É mais um desejo do que realidade", diz o executivo Ele lembra que existem cerca de 60 milhões de inadimplentes no País. Antes de voltar às compras, esses brasileiros precisam limpar o nome. No Natal do ano passado, o faturamento da rede tinha avançado 11% sobre o de 2016. Alves explica que boa parte de crescimento ocorre por conta da base de comparação que era mais fraca.

Pós-Black Friday

De olho na primeira parcela do 13.º salário, o Grupo Carrefour começa nesta sexta-feira uma promoção que vai até domingo nas lojas físicas e no comércio eletrônico. A campanha batizada de "última chance", em alusão à Black Friday, a megaliquidação que houve na semana passada, envolve descontos nos preços de alimentos, eletroeletrônicos e eletrodomésticos. Nos hipermercados, por exemplo, os eletrônicos poderão ser parcelados em até 24 vezes sem juros no cartão da rede. Nesta sexta e sábado, 1, a varejista quita a primeira parcela do financiamento para quem comprar TVs, geladeiras, fogões e lavadoras usando o cartão da empresa.

Stéphane Engelhard, vice-presidente de Relações Institucionais do grupo, está otimista para o Natal. Para as vendas online, ele espera mais que dobrar a receita em relação à mesma data de 2017 O comércio eletrônico tem dois anos de funcionamento na rede. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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