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13/12/2016 às 21h08m - Atualizado em 13/12/2016 às 23h17m

Em Recife, Exército é acionado para conter protesto

Manifestantes atearam fogo em lixo, quebraram paradas de ônibus e agências bancárias na Avenida Conde da Boa Vista

Manifestantes seguiam em direção à Praça do Diario.
As informações são do Diário de Pernambuco - Fotos: Ketheryne Mariz/Esp. DP

O Exército foi acionado para conter o protesto contra a Proposta de Emenda Constitucional nº 55 (PEC 55), aprovada em segundo turno no Senado nesta terça-feira, que acontece na Avenida Conde da Boa Vista, no início desta noite. A mobilização, que começou pacífica, saiu do controle ao chegar num dos principais corredores de tráfego da cidade. Encapuzados, alguns manifestantes atearam fogo em lixo, quebraram paradas de ônibus, depredaram agências bancárias do Itaú, Bradesco e do Santander e até mesmo a loja C&A. Assustados, os comerciantes fecharam as portas mais cedo.

O protesto, que acontece por todo o país, foi articulado no Recife por quatro centrais sindicais: a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central Sindical e Popular (CSP Conlutas), a Intersindical e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). O movimento ainda é endossado pelo movimento estudantil, pela Frente Popular Povo Sem Medo, Frente Popular Brasil Popular e pelo Levante Popular da Juventude. Apesar da convocação ter sido de base sindical, maior parte dos presentes na manifestação eram estudantes.

Além de ser contra a aprovação da PEC 55, o ato também é um protesto contra a Reforma no Ensino Médio e pedindo a renúncia do presidente Michel Temer (Fora Temer). "O motivo principal é a PEC 55. Mesmo já tendo sido aprovada, ela continua no foco porque vai desencadear outras coisas negativas para o povo. O pacote inteiro ataca os direitos dos trabalhadores e por isso nossa luta continua. Nenhum movimento social isolado vai conseguir bater de frente com o governo, mas juntos somos mais forte. Fora Temer é pauta, Congresso corrupto também, o projeto da Reforma Política e, claro, a Reforma no Ensino Médio. A luta é de todos", esclareceu o coordenador do CSP Conlutas-PE, Hélio Cabral.

Depois de uma hora de protesto, na altura do Shopping Boa Vista, o líder sindical abandonou a manifestação. Hélio desistiu do ato depois que o banco Santander teve as vidraças totalmente destruída por um grupo de manifestantes.

Este mesmo grupo quebrou os vidros de mais quatro agências bancárias e duas farmácias na Avenida Conde da Boa Vista. Assustada com a violência, a revendedora Iza Carolina da Silva assistia ao quebra-quebra esperando o encerramento do ato. "Tenho medo de que alguma pedra dessa atinja a mim ou a minha mãe. Prefiro ficar distante ao correr esse risco. Mas o que vejo nessa manifestação é uma pouca vergonha", afirmou a revendedora.

Indignados com a violência da manifestação, alguns moradores do bairro da Boa Vista arremessaram ovos contra os homens e mulheres que estão depredando os estabelecimentos.

A concentração para o ato teve início às 15h, na Praça do Derby. Por volta das 18h, o grupo saiu em caminhada em direção à Praça da Independência, mais conhecida como Pracinha do Diario. Ao passar pela Rua da Soledade, a panfletagem de conscientização social deu lugar ao quebra-quebra.

Exército
Apesar de ter sido acionado, o Exército apenas acompanha a mobilização. São grupos isolados de soldados e não há conflito direto com os participantes do protesto. Por volta das 18h50, a Polícia Militar chegou ao ponto de protesto soltando bombas de gás lacrimogêneo e dando tiros de efeito moral.

Insegurança
Durante as movimentações do protesto, uma comerciante sofreu um assalto. Mayara Barbosa, vendedora de pipoca na Av. Guararapes, reclama que teve seu celular e o apurado do dia roubados. "Eu tô colocando o 'comer' dentro de casa, aí levam meu dinheiro? E eu vou pra casa como, agora? Passaram e deram o bote no meu saquinho de moedas", relata.

Dispersão e saldo
Os manifestantes começaram a se dispersar por volta das 19h, após um carro da PM chegar no cruzamento da Rua do Sol com Av. Guararapes. Um policial desceu do automóvel e atirou de encontro ao grupo com balas de borrachas, o motorista do veículo jogou o carro para cima dos que estavam no protesto. Uma pessoa foi atingida na cabeça por uma bala de borracha.

Agências
Durante o ato duas agências do Itaú, duas do Bradesco e uma do Santander foram depredadas.

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