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18/12/2016 às 08h27m - Atualizado em 18/12/2016 às 08h41m

Alepe enaltece centenário de Miguel Arraes com entrega de medalhas a 15 personalidades

Em todos os cargos públicos que ocupou, Arraes sempre se destacou pelo olhar diferenciado para com os mais necessitados, pela luta em favor das liberdades individuais e pela democracia.

Se estivesse vivo, o ex-governador Miguel Arraes completaria, na última quinta-feira (15), 100 anos. Para comemorar a data e preservar seu legado, a Assembleia Legislativa criou a Medalha Comemorativa em Celebração ao Centenário de Nascimento do Ex-Governador Miguel Arraes de Alencar. A comenda foi entregue, em Reunião Solene, a 15 pessoas com relevantes serviços prestados ao Estado e ao País. Os nomes foram escolhidos por uma comissão formada pelos deputados Vinícius Labanca (PSB), Aluísio Lessa (PSB), Antônio Moraes (PSDB) e Joel da Harpa (PTN). A cerimônia teve a presença do governador Paulo Câmara, do prefeito Geraldo Julio e do presidente do Tribunal de Contas do Estado, Carlos Porto.

Na quinta-feira, diante de um Plenário lotado, o presidente da Alepe, deputado Guilherme Uchoa (PDT), declarou, durante a abertura da solenidade, que “em nossas memórias estão guardadas as lembranças do jeito simples de ser e da liderança fraternal de Arraes, capaz de mobilizar multidões e motivar os gestores mais competentes”. “Os homenageados fazem jus à comenda, pois têm contribuído para o desenvolvimento social de nosso Estado. Todos inspirados pelos ideais de justiça, igualdade e fraternidade, propagados por Miguel Arraes ao longo de sua vida”, salientou.

Em todos os cargos públicos que ocupou – secretário da Fazenda de Pernambuco, prefeito do Recife, deputado estadual, deputado federal e governador do Estado por três vezes –, Arraes sempre se destacou pelo olhar diferenciado para com os mais necessitados, pela luta em favor das liberdades individuais e pela democracia. Por esse motivo, foi deposto do cargo de governador e preso pelo regime militar instaurado em 1964, tendo que se exilar do País por 14 anos. O político retornou ao Brasil em 1979, beneficiado pela Lei da Anistia. Arraes voltou a se eleger governador de Pernambuco em 1986 e em 1994. Em 2002, foi eleito deputado federal, cargo que ocupou até falecer, em 2005, aos 88 anos.

O deputado Henrique Queiroz (PR), autor do projeto que deu origem à Lei nº 15.488/2015, que institui no Calendário de Eventos do Estado o ano alusivo ao centenário de nascimento de Miguel Arraes, fez um pronunciamento em nome dos parlamentares. “Arraes foi um político ímpar. Sensível às dificuldades do povo, criou programas de caráter social e lutou pela garantia dos direitos do trabalhador. Seu nome será lembrado para sempre”, ressaltou.

A ex-deputada federal Ana Arraes, ministra do Tribunal de Contas da União (TCU) e filha de Miguel Arraes, foi a primeira a receber a medalha, por indicação da Mesa Diretora da Alepe. A comenda foi entregue pelo presidente Guilherme Uchoa. A ministra fez uma mensagem de agradecimento em nome da família. “É com grande emoção que vivemos esse dia. O patrono desta Casa (Joaquim Nabuco) se indignou com a escravidão, assim como meu pai se indignou com a miséria dos trabalhadores da Zona da Mata, que era muito maior do que a do povo do Sertão, onde ele nasceu”, declarou, em seu discurso. A ministra lembrou que, no Plenário do Palácio Joaquim Nabuco, assistiu às posses de seu pai como governador, em 1963, 1987 e 1995.

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, que também recebeu a medalha das mãos de Uchoa, fez um pronunciamento em nome dos agraciados. “A iniciativa da Assembleia tem um significado especial porque não é uma homenagem apenas para quem recebe, mas, principalmente, para a figura extraordinária que foi Miguel Arraes”, afirmou.

O governador Paulo Câmara também discursou na tribuna sobre o legado do político. “Arraes debateu nesta Casa as grandes questões de Pernambuco. O presente ato enaltece esse passado e agradeço, em nome do Governo do Estado, a iniciativa da Assembleia.”

Para Câmara, Miguel Arraes foi a voz da esperança, mesmo quando estava no exílio, na África. Entre as ações do ex-governador, citou programas de universalização da eletrificação rural, geração de emprego e renda, venda de remédios mais baratos para atender às demandas dos mais pobres. “Era um homem de coerência, coragem, honestidade, valores que mereceram até o reconhecimento dos adversários”, sentenciou.

Homenageados - Além de Ana Arraes e Carlos Siqueira, foram agraciados Adilson Gomes da Silva, assessor de Miguel Arraes em dois mandatos; Cyro de Andrade Lima, secretário de Saúde na segunda gestão Arraes; o pastor e professor de Teologia Edson Machado; o radialista Geraldo Freire (que não pôde comparecer); Germano Coelho, secretário de Educação no primeiro governo de Arraes e presidente de honra do Instituto Miguel Arraes; Gerson Carneiro Leão, presidente do Sindicato dos Cultivadores de Cana-de-Açúcar, que participou com Arraes do Programa Mata Viva; Gil Sormany Silva, cabo do Corpo de Bombeiros, que, mesmo após perder a visão, continuou atuando na corporação; Ivan Rodrigues da Silva, coordenador do Programa de Eletrificação Rural do Governo Arraes; Maria Antonieta Cruz, coordenadora do Grupo de Ação Municipal e do Programa Chapéu de Palha, entre 1987 e 1995; Maria Evangelina Campos, ex-chefe de gabinete de Arraes; Ranilson Ramos, três vezes deputado estadual e hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Estado; Raul Henry, vice-governador de Pernambuco; coronel Sebastião Pereira Lima, secretário da Casa Militar e coordenador da última campanha do político.

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