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07/01/2019 às 11h06m - Atualizado em 09/01/2019 às 09h36m

6º dia de violência: Criminosos atacam rádio, Câmara dos Vereadores e estação ambiental no Ceará

Desde quarta-feira, ocorreram 125 ataques ocorreram no estado. Membros de facções criminosas que estão presos no Ceará serão transferidos para presídios federais.

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O Ceará vive o 6º dia seguido de uma onda de violência que atinge o estado desde quarta-feira (2). Na madrugada desta segunda-feira (7), bandidos incendiaram uma ambulância em Reriutaba, uma loja de móveis em Fortaleza e atacaram uma rádio e a Câmara dos Vereadores da cidade de Icó.

forca_nacionalEm todo o estado, ocorreram 125 ações criminosas nos últimos seis dias. A Força Nacional foi chamada para reforçar a segurança e começou a atuar nas ruas na noite de sábado (5).

Em resposta aos crimes, o governo do Ceará informou que transferiu um dos chefes de uma facção criminosa para um presídio federal. Dezenove detentos também devem ser levados para outras unidades prisionais nos próximos dias.

O governo federal ofereceu 60 vagas em presídios federais para receber integrantes de facções que atuam no estado. Atualmente, algumas unidades prisionais do Ceará separam presos conforme os grupos criminosos.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), 110 pessoas suspeitas de participar dos crimes foram detidas, e dois homens morreram em confronto com policiais. Pelo menos 60 prisões ocorreram após a chegada de tropas da Força Nacional ao Ceará.

Motivação

A Secretaria da Segurança e Defesa Social do Ceará não se pronunciou oficialmente sobre o motivo dos ataques no estado.

A sequência de ações criminosas ocorreu após a fala do novo secretário da Administração Penitenciária, Mauro Albuquerque, que prometeu fiscalizar com mais rigor a entrada de celulares nos presídios. Desde o início da onda de crimes, agentes penitenciários apreenderam 407 celulares em presídios. Em uma das ações, os presos fizeram um motim.

O presidente do Conselho Penitenciário do Estado do Ceará, Cláudio Justa, afirmou que os atentados são uma represália ao discurso de maior controle.

De acordo com uma fonte do Serviço de Inteligência da Secretaria da Segurança ouvida pelo G1, membros de duas facções rivais fizeram um "pacto de união", com o objetivo de "concentrar as forças contra o Estado". Em pichações em prédios públicos de Fortaleza, criminosos escreveram que "não vão parar até o secretário sair". "Fora Mauro Albuquerque", diz a mensagem.

Ataques na madrugada

Durante a madrugada desta segunda-feira, a cidade de Icó, no Centro-Sul do Ceará, registrou pelo menos três ações criminosas em diferentes pontos. Os bandidos atiraram contra o prédio da Câmara dos Vereadores da cidade e contra uma rádio local. Além disso, outro grupo incendiou um caminhão caçamba que presta serviços para a Enel, empresa distribuidora de energia elétrica no estado.

Em Fortaleza, por volta de 1h, uma oficina mecânica que atende a Enel foi incendiada. Dois veículos foram destruídos pelas chamas. O fogo foi contido pelo proprietário do local com a ajuda de vizinhos. Já no Bairro Couto Fernandes, também na capital, uma loja de móveis foi queimada por criminosos.

Em Reriutaba, no interior do estado, bandidos queimaram uma ambulância municipal. O fogo destruiu o veículo.

Celulares nos presídios

De acordo com o secretário Mauro Albuquerque, o controle da entrada de celulares será "uma das medidas" adotadas na gestão dele como secretário de Administração Penitenciária, cargo criado no segundo mandato do governador do Ceará, Camilo Santana, em 1º de janeiro deste ano. "É uma das medidas, mas não a única. Investir nos equipamentos que impeçam a entrada de objetos é um trabalho mais importante e que vamos aprimorar aqui", afirmo Mauro.

"O crime hoje está organizado nacionalmente, para além das divisas. Então não adianta uma unidade possuir o bloqueio [de sinal de celular] e as demais, não. Iniciativas como o Sistema Único de Segurança Pública e o Fundo Penitenciário são importantes para essa nacionalização das medidas", disse.

Reforço policial

Desde a quinta-feira, as equipes de segurança do Ceará receberam vários reforços: 300 membros da Força Nacional, 100 policiais militares da Bahia e 50 policiais rodoviários federais.

As equipes da Força Nacional atuam principalmente em blitze, já que a maior parte dos criminosos usa carros para ir aos locais do crime e em seguida para fugir, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Ceará.

Foram feitas pelo menos 20 blitze simultâneas em "vias estratégicas"de Fortaleza e cidades da Região Metropolitana, que concentram cerca de 80% dos ataques no estado.

Já os policiais baianos, que chegaram neste domingo ao Ceará, ajudam no combate ao crime no interior do estado.

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