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27/04/2021 às 21h56m - Atualizado em 28/04/2021 às 01h34m

Médico é denunciado à Justiça por homicídio culposo da digital influencer Liliane Amorim após cirurgia no Ceará

A influenciador digital pernambucana Liliane Amorim morreu em consequência de uma lipoaspiração, nove dias depois de ter feito o procedimento em hospital particular em Juazeiro do Norte.

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O Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou o médico Benjamim Alencar por homicídio culposo pela morte da digital influencer Liliane Amorim. A denúncia foi feita à Justiça em 31 de março e divulgada nesta terça-feira (27).

A jovem morreu em 24 de janeiro, após sofrer complicações de uma lipoaspiração. Liliane tinha 26 anos e estava internada em um hospital particular de Juazeiro do Norte, no interior do Ceará, desde 15 de janeiro.

O corpo da influencer foi sepultado em sua terra natal, Afogados da Ingazeira, no Sertão de Pernambuco, o enterro aconteceu  no cemitério Parque da Saudade e contou apenas com a presença de familiares.

Liliane reunia quase 100 mil seguidores em perfil sobre moda e beleza no Instagram.

Em nota, o médico Benjamim Alencar afirma que a denúncia está com o juiz de direito, que poderá aceitá-la ou rejeitá-la. Segundo ele, caso a denúncia seja aceita, irá apresentar esclarecimentos pertinentes de maneira detalhada nos autos. "De qualquer forma, desde já, o médico Benjamim Alencar nega de maneira veemente que tenha agido com imprudência ou negligência na condução do caso", conclui a nota, assinada pela advogada de defesa Luciane Toledo.

A Polícia Civil indiciou também em março o médico-cirurgião que fez a lipoaspiração na digital influencer. O crime culposo ocorre quando não há intenção de praticar o ato. O delegado Luiz Eduardo da Costa, responsável pela investigação do caso, afirmou que houve "falta de cuidados e cautelas", o que agravou o quadro de saúde de Liliane após a lipoaspiração.

Segundo o MPCE, o médico Benjamim Alencar "agiu de forma imprudente e negligente, tendo violado ainda as regras técnicas de sua profissão e o dever jurídico de cuidado e proteção que sua condição de médico lhe impunha em relação à integridade física, à saúde e a vida da paciente, após a realização do procedimento de lipoaspiração."

Na denúncia, a 2ª Promotoria de Justiça de Crato faz um resumo dos fatos ocorridos entre o dia 9, quando o procedimento de lipoaspiração foi realizado, e o dia 24 de janeiro, data em que Liliane Amorim morreu.

Conforme o MP, o médico agiu de forma imprudente ao conceder alta médica à vítima apenas 13h após o término do procedimento cirúrgico e ao autorizar a saída da paciente do hospital mesmo diante de queixas de Liliane de fortes dores, sonolência e dificuldade para se comunicar verbalmente.

"Para o MPCE, o denunciado agiu com negligência durante o pós-operatório, visto que não realizou um atendimento presencial sequer desde a precipitada alta médica, vindo a encontrar a paciente apenas no dia 17 de janeiro de 2021, na UTI, onde Liliane estava internada quando tinha por lei obrigação de cuidado com a vítima. Além disso, Benjamim foi negligente ao não atentar e desconsiderar as reiteradas queixas de dor, sonolência e cansaço por parte da vítima, chegando a insinuar que isso era 'manha' da paciente".

A 2ª Promotoria de Justiça de Crato também ressalta a omissão negligente do profissional com a paciente, visto que o médico, mesmo diante das queixas da paciente, orientou que não levassem Liliane para uma emergência, e depois de insistência, indicado que a digital influencer fosse levada para um hospital público.

Portanto, o denunciado, mediante uma série alternada de ações e omissões […] provocou o previsível resultado morte da vítima Liliane dos Santos Amorim, o qual se concretizou em decorrência exclusiva das condutas que adotou e deixou de adotar, cada uma a seu tempo, cuja tipicidade encontra eco na legislação penal brasileira”, afirma o MPCE na denúncia.

Investigações

Conforme o delegado responsável pela investigação, houve imprudência e imperícia por parte do médico responsável. O policial afirma que a alta médica dela do hospital foi "prematura"

"Ficaram muito claras a imprudência e a negligência por parte do médico. A imprudência demonstrada quando ocorreu a alta médica de Liliane, ainda com muitos sintomas e dores. Segundo depoimentos, a vítima chegou a sair do hospital de cadeira de rodas. Entendemos, desta forma, que houve uma alta prematura, pois o médico foi consultado quanto à permanência dela no hospital", disse.

A negligência, conforme o delegado, ocorreu enquanto a paciente estava em casa, sem assistência. "Porque não houve assistência necessária à paciente, que se queixava de diversos sintomas, além de não conseguir se alimentar ou dormir, e o médico se encontrava fora da cidade."

As informações são do G1 Ceará.

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