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16/05/2021 às 10h54m - Atualizado em 16/05/2021 às 10h54m

Prefeito de São Paulo, Bruno Covas, morre aos 41 anos

Político estava licenciado do cargo e tratava-se de um câncer no sistema digestivo, ele estava internado desde 2 de maio no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Tucano deixa um filho de 15 anos.

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O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, morreu às 8h20 deste domingo (16), em decorrência do câncer da transição esôfago-gástrica e complicações do tratamento. O velório será fechado, com a presença apenas para a família, mas haverá também uma cerimônia na prefeitura.

Licenciado do cargo no início deste mês, Bruno Covas estava em tratamento no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista.

Filho de Pedro Lopes e Renata Covas Lopes e pai do jovem Tomás Covas, Bruno nasceu em Santos, no litoral paulista, no dia 7 de abril de 1980, e foi advogado, economista e político brasileiro.

Mudou-se para a capital paulista em 1995 e, dois anos depois, filiou-se ao PSDB, seguindo os passos do avô, o ex-governador Mário Covas (1930-2001), sua grande inspiração e influência política . No partido, chegou a ser presidente estadual e nacional da Juventude do PSDB e ocupou cargos na Executiva Estadual.

Sua carreira na política começou em 2004, quando se candidatou a vice-prefeito de sua cidade natal. Dois anos depois, foi eleito deputado estadual na Assembleia Legislativa de São Paulo e reeleito para o mesmo cargo e m 2010, com mais de 239 mil votos, sendo o mais votado daquele ano.

No ano seguinte, assumiu a Secretaria Estadual do Meio Ambiente no governo de Geraldo Alckmin, permanecendo no cargo até 2014, quando foi eleito deputado federal para o mandato 2015-2019.

Porém, Covas não completou o mandato como deputado federal. Voltou a São Paulo e se candidatou a vice-prefeito na chapa de João Doria (PSDB), em 2016. A dupla venceu no primeiro turno.

O tucano assumiu a Prefeitura de São Paulo na sequência, em abril de 2018, quando Doria deixou o cargo para se candidatar a governador do estado.

A primeira grande missão à frente da Prefeitura ocorreu no feriado de 15 de novembro de 2018, após um viaduto de 2 metros ceder sobre a Marginal Pinheiros.

Infecção na pele e diagnóstico de câncer

Em 19 de outubro de 2019, o prefeito foi diagnosticado com erisipela, uma infecção na pele. Ele foi medicado e liberado, mas, uma semana depois, foi internado. A infecção havia evoluído para trombose venosa profunda (coágulos) na perna direita.

Os coágulos subiram para o pulmão, causando o que é chamado de embolia.

Foi durante os exames para localizar os coágulos que médicos detectaram o câncer. O nódulo estava na cárdia, região entre o esôfago e o estômago, com metástase no fígado e nos linfonodos.

Tratamento e eleição

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Em 29 de outubro de 2019, Bruno Covas iniciou o tratamento contra o câncer, que previu inicialmente 8 sessões de quimioterapia, sem deixar o cargo de prefeito e despachando por meio de assinaturas digitais.

Em entrevista ao “Fantástico”, Covas disse que estava confiante e boletins médicos informaram que ele reagiu bem às primeiras sessões, sem efeitos colaterais relevantes.

Em dezembro de 2019, a equipe médica disse que o tumor regredira de modo expressivo. Dois dias depois, contudo, ele foi para a UTI após um sangramento no fígado. As sessões continuaram e, apesar do episódio, a equipe continuava informando que ele apresentava “ótimo quadro geral”.

Em 2 de janeiro de 2020, ainda em tratamento, o prefeito anunciou em entrevista à CBN que seria candidato à reeleição à Prefeitura de São Paulo. Adiante, suas principais promessas de campanha foram zerar a fila de creches, criar unidades de saúde (UPAs e UBSs), um programa de moradias populares na cidade, um sistema de transporte público por barcos e avançar no plano de privatizações.

No mês seguinte, ao término da 8ª sessão de quimioterapia, os tumores do fígado e da região da cárdia não apareceram nos exames. Já os linfonodos, que são gânglios, apresentaram aumento, indicando que o câncer persistia.

Uma nova fase do tratamento foi iniciada, com a imunoterapia, que visa potencializar o sistema imunológico para atacar células cancerígenas. Àquela altura, Covas divulgou um vídeo para agradecer o apoio que estava recebendo.

Em maio de 2020, o prefeito chegou a ser hospitalizado devido a um desconforto abdominal - os exames indicaram que se tratava de uma colite, inflamação do cólon, parte central do intestino grosso.

Covas chegou a se mudar para a sede da Prefeitura de São Paulo com a intenção de atuar em tempo integral no combate à pandemia do coronavírus, que avançava no mundo. No mês seguinte, foi diagnosticado com Covid-19, mas não teve sintomas.

Vitória no segundo turno

Em julho, Covas informou que o tumor estava regredindo e passou a se concentrar na campanha eleitoral. Mesmo em tratamento, fez muitas agendas externas. Sempre com máscara. Mas muitos desses compromissos ocorreram em ambientes cheios e fechados e por um longo período de tempo.

Começou atrás do então candidato Celso Russomano (Republicanos) nas pesquisas de intenção de voto, com percentuais em torno dos 20%. No final de outubro, contudo, subiu nas pesquisas e assumiu de vez a liderança.

O tucano obteve 32,85% dos votos e foi para o segundo turno com Guilherme Boulos (PSOL), que recebeu 20,24%. Ele venceu em todas as 58 zonas eleitorais da capital, incluindo a periferia.

No discurso da vitória, ele disse que São Paulo queria experiência para enfrentar o radicalismo, e que "foi um grande erro do presidente ter tentado se intrometer na campanha”, referindo-se ao apoio de Jair Bolsonaro a Russomano.

Apesar do crescimento de Boulos, Covas se manteve na liderança das pesquisas de intenção de voto durante toda a campanha do segundo turno, começando com 47% e terminando com 57%.

Recebeu apoio dos candidatos derrotados Russomanno, Joice Hasselmann (PSL) e Andrea Matarazzo (PSD) e, de acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Covas teve a campanha mais cara da capital, de quase R$ 20 milhões e seis vezes mais do que Boulos.

As principais críticas que enfrentou foram em relação à escolha de seu vice Ricardo Nunes (MDB), cuja mulher registrou boletim de ocorrência em 2011 por violência doméstica. Ele também é investigado por suposto envolvimento com esquema em creches. Em entrevista à CBN, no entanto, disse que colocava a mão no fogo por Nunes.

Foi reeleito com 59,38% dos votos, 3 milhões, com um leque de alianças formado por 11 partidos e maioria na Câmara Municipal.

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