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04/08/2021 às 06h59m

Morre no Recife o ex-governador de Pernambuco Joaquim Francisco, aos 73 anos

Político também foi prefeito do Recife, ministro e deputado federal. Ele estava internado no Hospital Português, na área central da capital, onde passava por tratamento contra o câncer.

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Morreu, na tarde desta terça-feira (3), o ex-governador de Pernambuco Joaquim Francisco Cavalcanti. Ele tinha 73 anos e estava internado no Hospital Português, na área central do Recife, onde passava por tratamento contra o câncer de pâncreas.

Joaquim Francisco também foi prefeito do Recife, deputado federal e ministro do Interior. Ele deixou a esposa, três filhas e cinco netos. Segundo o hospital, ele estava internado desde 14 de junho.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e o prefeito do Recife, João Campos (PSB), decretaram luto oficial de sete dias no estado e na cidade.

Segundo a Secretaria de Imprensa do governo de Pernambuco, o velório ocorrerá no Palácio do Campo das Princesas, sede do Executivo estadual, no bairro de Santo Antônio, no Centro do Recife, a partir das 8h de quarta (4).

Sobrinho do ex-governador, o secretário estadual da Casa Civil, José Neto, afirmou que essa cerimônia no Palácio vai ser aberta ao público, para quem quiser prestar homenagens a Joaquim.

Ele disse, ainda, que ex-governador teve câncer de reto, que foi tratado em São Paulo. No entanto, a doença reapareceu no pâncreas.

A família do ex-governador informou que a cerimônia de cremação está marcada para 15h de quarta, no Cemitério Moirada da Paz, em Paulista, no Grande Recife. Essa solenidade será restita a parentes próximos e amigos.

Trajetória

Joaquim Francisco começou cedo na vida pública. Em 1967, entrou pela primeira vez no Palácio do Campo das Princesas, sede do executivo estadual, como oficial de gabinete de Nilo Coelho, então governador de Pernambuco.

Três anos depois, ele se formou em direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Como advogado, atuou no Instituto Nacional de Colonização e reforma Agrária (Incra) e na Junta Comercial do estado, onde foi procurador.

Durante a ditadura militar (1964-1985), Joaquim se filiou à Arena, partido que dava sustentação ao regime. Em 1975, se tornou secretário estadual de Ação Social, no governo de Moura Cavalcanti, que era seu primo.

Na primeira eleição para governador, após o golpe militar, em 1982, coordenou a campanha de Roberto Magalhães (PDS) ao principal cargo do Executivo pernambucano.

Com a vitória de Magalhães, Joaquim foi escolhido para ser prefeito do Recife. Na época, os chefes de executivo dos municípios eram indicados pelos governadores e não eleitos pela população.

Como prefeito da capital, apoiou a eleição indireta de Tancredo Neves (MDB) para a presidência da República, no Congresso Nacional.

Um dos marcos da gestão à frente do Recife foi o Viaduto Tancredo Neves, que liga as Zonas Sul e Oeste da cidade. Também foi na gestão de Joaquim que o Parque da Jaqueira, na Zona Norte, foi construído.

Na eleição para a Constituinte de 1986, Joaquim Francisco se elegeu deputado federal pelo PFL. Presidiu a comissão que aprovou a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que impõe limites aos gastos dos governantes.

Quando José Sarney assumiu a presidência da República, com a morte de Tancredo Neves, Joaquim se tornou ministro do Interior. Três meses depois, teve divergências com a cúpula e deixou o cargo, fazendo muitas críticas.

Em 1988, na primeira eleição para prefeito desde a ditadura militar, Joaquim se candidatou no Recife. Ganhou o pleito de Marcus Cunha (PMDB), que era apoiado pelo então governador Miguel Arraes e o então prefeito da cidade, Jarbas Vasconcelos.

Ele renunciou ao cargo e, em 1990, se candidatou ao governo de Pernambuco. No pleito estadual, venceu Jarbas Vasconcelos.

Sua gestão à frente do governo ficou marcada pela privatização do banco estadual, o Bandepe. Mais de 90 agências foram fechadas e muitos trabalhadores perderam o emprego.

Quando saiu do governo, Joaquim foi para os Estados Unidos com a família. Na capital americana, assumiu um cargo no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Depois, foi para o Banco Mundial (Bird).

De volta, em 1996, retomou a atividade política. Ele se elegeu mais duas vezes para a Câmara dos Deputados.

Em 2006, sofreu a derrota na eleição para deputado. Depois, fez uma aliança à esquerda e, em 2010, virou suplente de senador de Humberto Costa (PT), já filiado ao PDSB.

Fonte: G1 PE

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