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20/09/2025 às 03h50m - Atualizado em 20/09/2025 às 03h55m

Obstetras pedem demissão em massa do IMIP por sobrecarga, salários baixos e falta de estrutura

Ao menos 33 obstetras entregaram cartas de demissão. O Imip confirma o recebimento de cerca de 30 pedidos de desligamento e diz ter notificado a Secretaria de Saúde de Pernambuco.

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O Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), um dos maiores hospitais de referência em maternidade de alto risco do Brasil, enfrenta uma crise. Nesta quinta-feira (19), ao menos 33 obstetras entregaram cartas de demissão, segundo o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe).

A decisão ocorre após meses de desgaste. Em julho, 48 médicos já haviam sinalizado a possibilidade de renúncia coletiva caso não houvesse melhorias nas condições de trabalho. O sindicato afirma que não houve avanços nas negociações e que os profissionais sofrem com sobrecarga, má estrutura e salários defasados, o que tem levado a casos de burnout.

O Imip confirma o recebimento de cerca de 30 pedidos de desligamento e diz ter notificado a Secretaria Estadual de Saúde. A instituição também informou que iniciou um plano de reestruturação e contratação de novos médicos. Em nota, o hospital reforçou que pretende manter a continuidade dos atendimentos, que em 2024 somaram quase 5 mil partos e mais de 1 milhão de procedimentos.

Apesar de mediação recente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-6), que garantiu um reajuste salarial de 8% para hospitais de grande porte, o Simepe diz que o aumento não contempla as reivindicações dos obstetras. Os profissionais exigem equiparação salarial e valorização da carreira.

Segundo a presidente do sindicato, Carol Tabosa, o objetivo dos médicos nunca foi abandonar o serviço, mas alcançar um acordo que melhore a assistência e valorize o trabalho. “Se houver uma proposta concreta do Imip, os profissionais podem retirar suas cartas de rescisão”, afirmou.

Enquanto isso, o clima é de incerteza: os pedidos de demissão são individuais e podem aumentar nos próximos dias.

O que reclamam os médicos obstetras do Imip

  • Sobrecarga de trabalho: equipes reduzidas atendendo alta demanda, inclusive casos de alto risco.
  • Baixa remuneração: salários considerados defasados em comparação com a carga de trabalho.
  • Estrutura precária: falta de equipamentos adequados e necessidade urgente de reformas.
  • Burnout: relatos de médicos com síndrome de exaustão profissional devido à pressão contínua.
  • Negociações paradas: segundo o Simepe, não houve propostas concretas de valorização salarial ou de melhoria imediata nas condições de trabalho.

O que respondeu o Imip

  • Confirmação: reconhece ter recebido cerca de 30 pedidos de demissão.
  • Notificação oficial: comunicou a Secretaria Estadual de Saúde sobre a crise.
  • Plano de reestruturação: anunciou processo de contratação de novos obstetras e reorganização do serviço de obstetrícia.
  • Reformas e equipamentos: diz ter se comprometido em algumas reuniões a investir em melhorias, mas sem cronograma definido.
  • Reajuste salarial: citou o acordo mediado pelo TRT-6, que prevê aumento de 8% para hospitais com mais de 500 leitos — percentual que o sindicato considera insuficiente.

 

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