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22/02/2020 às 04h33m - Atualizado em 22/02/2020 às 10h22m

Babá formada em direito é acusada de dopar crianças em Belo Horizonte, Minas Gerais

Polícia Civil cumpriu mandado de prisão temporária na casa da suspeita, onde foram encontrados vários medicamentos de uso controlado; Mulher com passagem por furto foi contratada em site gratuito

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Uma babá bem qualificada foi motivo de desespero para a mãe de duas crianças em Belo Horizonte. Letícia Diz Ramos Queiroz Leoni, de 43 anos, bacharel em direito, bilíngue, cordial e moradora do Bairro São Pedro, na Região Centro-Sul da capital. Esse é o perfil que chamou atenção da empresária ao escolher quem cuidaria de seus filhos aos finais de semana. No entanto, a história acabou no desespero da mãe. A babá foi presa, nessa quarta-feira, suspeita de tentativa de homicídio de uma menina de três anos.

A família que contratou a babá mora no Bairro Bandeirantes, na Região da Pampulha. A mulher cuidava de duas crianças, uma de 2 anos e outra de 3, aos sábados e domingos. A mãe já havia percebido que elas ficavam sonolentas e indispostas quando estavam com a cuidadora.

Na primeira semana de janeiro, um de seus filhos estava passando mal, foi quando a empresária flagrou a mulher colocando medicamento no suco do outro filho. Ela disse que seria um fitoterápico para acalmar a criança. No entanto, a mãe afirma que era clonazepan, princípio ativo de ansiolíticos como Rivotril. Nesse momento, a babá teria ficado nervosa e fugiu da casa. 
 
Como a filha de três anos já estava se sentindo mal, a família, então, acionou o Samu. Ela foi levada para o Hospital Mater Dei, onde a menina ficou internada por dois dias. Segundo as investigações, os médicos afirmaram que, se a criança não tivesse chegado a tempo, ela poderia ter morrido. Assim que a menina teve alta do hospital, a mãe procurou a polícia para denunciar o caso.
 
A suspeita foi presa na quarta-feira em cumprimento de mandado de prisão temporária. Em mandado de busca e apreensão na casa da babá, foram encontrados diversos medicamentos tarja preta, de uso controlado, que ela afirmou que seria para uso pessoal.

As investigações ainda estão em curso na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente. Em depoimento, Letícia negou as acusações e explicou ter colocado o fitoterápico no vidro de remédio. Entretanto, segundo a polícia, relatórios do atendimento médico comprovaram a intoxicação da criança por clonazepan.
 
Letícia tem passagem policial por furtos em supermercados e lojas. Ela foi contratada em uma plataforma online gratuita que não faz análise dos profissionais. “Solicitamos ao aplicativo que intermediou a contratação todos os possíveis contratos que a investigada possa ter feito com outras famílias, e vamos verificar se outras crianças que estiveram sob os cuidados dela não foram intoxicadas também”, disse a delegada Renata Ribeiro.

“Por isso a importância de divulgar o nome e imagem dessa suspeita, já que podem existir outras vítimas", acrescentou. Ainda segundo a delegada, a plataforma não deve ser responsabilizada pois apenas colocava em contato pais e profissionais. “É diferente de uma agência de babás”, exemplifica.
 
A delegada Elenice Cristine Batista Ferreira, também alerta para contratações de profissionais. “Precisamos estar atentos às pessoas que colocamos dentro das nossas casas; é preciso checar as referências, pedir atestado de antecedentes criminais, todo o cuidado ao contratar pessoas para cuidar de crianças”, orienta.

Em depoimento, a mulher alegou que só trabalhou de babá para esta família. Já a mãe das crianças disse que ela contava que também trabalhava com outras. A empresária acredita que os dois filhos eram dopados, por isto, eles estão passando por acompanhamento médico para saber se o organismo sofreu maiores consequências.
 
ESTADO DE MINAS

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