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11/03/2017 às 18h20m - Atualizado em 11/03/2017 às 19h03m

Presidente Michel Temer inaugura eixo leste da transposição do São Francisco

No eixo leste, a água do São Francisco é captada em Floresta, no Sertão pernambucano, e vai até Sertânia. De lá, vai para o açude de Poções, em Monteiro.

Com informações de Jamildo Melo

A água do eixo leste da Transposição do Rio São Francisco chegou à primeira cidade da Paraíba atendida pela obra, Monteiro. Mas moradores do município ainda aguardam ansiosos por melhorias provocadas pelo projeto no abastecimento da região e assistem de perto aos testes. Eles contam que as águas foram liberadas na tarde dessa quinta-feira (9), nas primeiras experiências antes da chegada de Michel Temer (PMDB) para inaugurá-la, nesta sexta-feira (10). Apesar de ser o peemedebista o presidente que vai participar da solenidade, o nome de Lula (PT) é lembrado nos agradecimentos pela obra.

Temer chegou à Paraíba no fim da manhã desta sexta-feira (10), para assinar, em Campina Grande, a ordem de serviço para obras na BR-230. De lá, seguiu de helicóptero para Sertânia, no Sertão pernambucano, última cidade do Estado a receber a Transposição e única beneficiada. Foi no município também que há uma semana o reservatório de Barreiros apresentou um vazamento. O peemedebista foi a Monteiro depois para inaugurar o eixo leste do projeto, onde foi recebido por protesto.

A previsão inicial era que Temer fizesse a sua terceira visita às obras em três meses nesta quinta-feira (9), mas, nessa segunda-feira (6), o ministro Helder Barbalho (Integração Nacional) vistoriou o reservatório de Barreiros, no Sertão pernambucano, que teve um vazamento na semana passada, e anunciou que a água só chegaria à Paraíba no sábado (11). Porém, a chegada da água adiantou a visita.

No eixo leste, a água do São Francisco é captada em Floresta, no Sertão pernambucano, e vai até Sertânia. De lá, vai para o açude de Poções, em Monteiro. Depois, a água seguirá pelo Rio Paraíba até o reservatório Boqueirão, para reforçar o abastecimento em Campina Grande.

A chegada da água a Sertânia foi marcada por uma visita de Helder Barbalho com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Através da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), o tucano, que tem planos de se candidatar à presidência, cedeu bombas para o projeto. Alckmin é só um dos nomes que usam a estratégia de ficar ligados à transposição.

Outro é o próprio Temer. Com baixa popularidade – a avaliação positiva do governo baixou para 10,3% na última pesquisa CNT/MDA, divulgada em fevereiro -, a conclusão da transposição é usada pelo peemedebista para tentar alavancar a imagem positiva no Nordeste, que tem áreas atingidas pela seca há mais de cinco anos.

De olho na movimentação dos dois, o ex-presidente Lula (PT) tem investido na comunicação e na militância para também se aproximar da obra, iniciada em 2007, no seu segundo mandato. A transposição era esperada desde o período do Império e foi promessa dos presidentes anteriores ao petista. De olho nos créditos por ter iniciado a obra, Lula tem divulgado vídeos nas redes sociais e, no último sábado (4), o líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE) levou prefeitos petistas para a transposição para exaltar a imagem de Lula. Em discurso recheado de críticas a Alckmin e Temer, Humberto ainda anunciou que o próprio ex-presidente vem a Pernambuco e à Paraíba ainda este mês.

De acordo com o Ministério da Integração Nacional, 96,89% do eixo leste estão concluídos até agora. Em maio, quando Temer assumiu a presidência ainda interinamente, antes da consolidação do impeachment de Dilma Rousseff (PT), a obra estava com 84,4% de conclusão nesse trecho.

No eixo norte, mais problemático por estar com obras paradas há mais de seis meses em um trecho, 94,52% estão concluídas. Porém, não há previsão prática para retomar a construção – embora o ministério espere assinar o contrato ainda este mês e Temer tenha prometido entregá-lo até o fim do ano. Envolvida na Operação Lava Jato, a Mendes Júnior abandonou o canteiro alegando dificuldade de obter crédito e a licitação para escolher a nova empreiteira está em andamento. Duas já foram desabilitadas. A obra custou até agora mais de R$ 8 bilhões.

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