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05/04/2019 às 07h08m - Atualizado em 05/04/2019 às 07h35m

Menina do RN que esperava transplante ganha novo coração no Recife

Brunna Silveira Lopes foi transferida para a capital pernambucana, na quarta-feira (3), em um avião da FAB, e passou por cirurgia na madrugada desta quinta (4), no Imip.

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A garota Brunna Silveira Lopes, de 7 anos, passou por um transplante de coração, na madrugada desta quinta-feira (4), no Instituto de Medicina Integral Fernando Figueira (Imip), na área central do Recife. Vítima de uma cardiopatia grave, ela foi transferida do Rio Grande do Norte, onde mora com a família, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). 

A menina chegou à capital pernambucana na tarde da quarta-feira (3). No mesmo dia, à noite, o hospital recebeu a informação de que havia um coração compatível. A cirurgia ocorreu durante a madrugada e, na manhã desta quinta, a menina seguia internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em estado grave, segundo o Imip.

Em entrevista ao G1, a mãe da menina, Núbia Barbosa, falou sobre a vontade de conhecer a família de quem autorizou a doação do coração para a menina.

Antes de conseguir o novo órgão, Brunna foi mantida viva por estar ligada a uma máquina de "oxigenação por membrana extracorpórea", conhecida como ECMO. Segundo o médico Madson Vidal, que acompanha a menina no estado natal, ela nasceu com um problema chamado "transposição das grandes artérias" e passou por um cirurgia paliativa ainda quando bebê.

Brunna, que é paciente do Sistema Único de Saúde (SUS), sempre recebeu acompanhamento médico pela sua condição, mas, nas últimas duas semanas, precisou passar por um novo procedimento para melhorar a sua oxigenação, porque seu tom de pele estava cada vez mais "roxo". Neste novo procedimento, no entanto, o coração não suportou a circulação, segundo Vidal.

Em busca do transplante

O Imip foi acionado pelo Sistema Nacional de Transplantes para receber Brunna e ela entrou na lista de prioridade máxima para doação de coração. Antes disso, a Central Nacional de Transplantes e a Justiça haviam negado autorização para o transplante no Hospital Rio Grande, onde ela estava internada.

A situação gerou um desabafo do médico Madson Vidal, que repercutiu redes sociais. "Não se deveria fazer contas ou haver 'burocracias' para tentar salvar uma vida", disse. Após uma mobilização de vários órgãos, foi viabilizada a transferência de Brunna para o Recife, em uma operação que envolveu 20 profissionais de diferentes áreas. 

Na quarta-feira, antes de o coração compatível ser encontrado, o médico Fernando Augusto Figueira, do Imip, fez um apelo para que as famílias tomem conhecimento sobre a importância da doação de órgãos.

“Para que surjam órgãos compatíveis, é preciso que ocorra a conscientização das famílias de pessoas que morreram e que podem fazer essa doação”, afirmou.

Fila

Dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), na quarta-feira (3), apontam que mais de mil pessoas estão na fila de espera para transplante de órgãos em Pernambuco. O número, segundo o governo estadual, poderia ser menor, caso mais famílias aceitassem doar os órgãos de entes falecidos.

Nos dois primeiros meses do ano, o índice de recusa foi de 36%. Segundo a Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), um percentual aceitável de negativas deveria ficar em torno de 30%. Entre janeiro e fevereiro de 2019, Pernambuco realizou 93 transplantes de órgãos sólidos, entre coração (8), rim (56) e fígado (27) - um a mais que o mesmo período em 2018.

No Brasil, a doação só pode ser efetuada com a autorização de um parente de até segundo grau. De acordo com a pasta, a dificuldade em diminuir o número de pacientes na fila de espera por transplantes está diretamente ligada à falta de informações e preconceito.

Do G1 PE

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