07/06/2025 às 17h38m - Atualizado em 09/06/2025 às 08h17m
Pernambuco é o 7º Estado brasileiro com mais erros na assistência à saúde
Ao longo de um ano, Pernambuco contabilizou 19.153 mil falhas na assistência à saúde. Dados são referentes ao período de agosto de 2023 a julho de 2024. Estado ocupa o 7º no ranking nacional.
Ao longo de um ano, o Brasil contabilizou 396.629 mil falhas na assistência à saúde. Os dados foram levantados pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), com base em informações fornecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), referentes ao período de agosto de 2023 a julho de 2024. Entre os Estados brasileiros com o maior número de erros na assistência, está Pernambuco - é o 7º no ranking nacional.
Em Pernambuco, no período analisado, foram notificados 19.153 incidentes.
Na lista das principais falhas, 3.893 foram causadas durante a assistência à saúde, 2.939 envolveram evasão do paciente e 2.708 erros foram relacionados à lesão por pressão.
Cenário nacional
Veja abaixo o ranking dos Estados brasileiros com falhas na assistência à saúde, entre agosto de 2023 e julho de 2024.
- Minas Gerais (MG) – 68.873
- São Paulo (SP) – 52.803
- Paraná (PR) – 30.187
- Santa Catarina (SC) – 29.594
- Distrito Federal (DF) – 27.241
- Rio de Janeiro (RJ) – 26.114
- Pernambuco (PE) – 19.153
- Bahia (BA) – 18.092
- Rio Grande do Sul (RS) – 13.700
- Ceará (CE) – 13.619
- Goiás (GO) – 12.277
- Maranhão (MA) – 11.890
- Paraíba (PB) – 10.406
- Piauí (PI) – 9.599
- Mato Grosso do Sul (MS) – 9.476
- Espírito Santo (ES) – 8.462
- Rio Grande do Norte (RN) – 7.331
- Rondônia (RO) – 5.983
- Amazonas (AM) – 5.731
- Pará (PA) – 4.535
- Sergipe (SE) – 3.096
- Tocantins (TO) – 2.817
- Alagoas (AL) – 2.629
- Mato Grosso (MT) – 1.386
- Acre (AC) – 921
- Amapá (AP) – 416
- Roraima (RR) – 298
Ocorrências mais graves
Entre as ocorrências mais graves, estão a administração incorreta de medicamentos, seja por dosagem ou tipo errados, e a realização de cirurgias em locais equivocados no corpo dos pacientes.
Além disso, destacam-se casos de lesão por pressão, divididos em três tipos: contusão (lesão dos tecidos moles causada por trauma), entorse (alongamento dos ligamentos) e luxação, considerada a mais grave, em que há deslocamento do osso da articulação.
São dados que mostram o quanto as falhas no sistema de saúde brasileiro são sérias. As estatísticas refletem o impacto que os erros podem ter na segurança do paciente.
Ações para reduzir falhas e evitar mortes
Vale frisar que há medidas que podem ser implementadas para reduzir as falhas e até evitar óbitos.
Uma delas é a implementação de processos de acreditação, que permitem às instituições adotar protocolos de segurança mais rigorosos para proteger os pacientes.
Recentemente, a ONA conduziu uma pesquisa com aproximadamente 100 instituições de saúde, para avaliar a redução de falhas após a implementação de medidas de segurança.
"Mais de 30% dos entrevistados relataram que as falhas na administração de medicamentos diminuíram em 51%; os erros na identificação de pacientes caíram 52%; as infecções hospitalares reduziram 42%; as falhas na prescrição de medicamentos baixaram 35%; enquanto os problemas de comunicação diminuíram 37%", diz a gerente de Operações da ONA, Gilvane Lolato.
Ela diz que ainda houve ainda uma redução de 33% nas quedas de pacientes nos leitos e de 45% tanto nas falhas na esterilização de materiais quanto na manutenção preventiva dos equipamentos.
"A obtenção da acreditação é um processo desafiador que exige comprometimento, disciplina e uma profunda mudança cultural dentro das organizações. É um processo que aumenta a segurança no atendimento médico e na realização de exames e diagnósticos. O processo contribui ainda para minimizar riscos e reduzir falhas operacionais", acrescenta Gilvane.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que ocorram anualmente cerca de 134 milhões de eventos adversos em hospitais de países de baixa e média renda, o que leva a aproximadamente 2,6 milhões de mortes.
O cenário de acreditação no Brasil
Atualmente, das mais de 380 mil organizações de saúde no País, conforme Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), 2.030 são acreditadas por metodologias nacionais ou internacionais.
A ONA detém 72,1% do mercado de acreditação, com mais de 2.030 organizações acreditadas, sendo 68,4% de gestão privada, 22,2% de gestão pública, 8,3% da gestão filantrópica e 0,1% de gestão militar.
Em Pernambuco, 17 instituições são acreditadas pela ONA - três delas são do sistema público. As demais são da rede privada.