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02/10/2019 às 11h36m - Atualizado em 02/10/2019 às 15h09m

Cineasta pernambucano faz vaquinha para ver estreia de próprio filme em Hollywood

O filme 'Foi no carnaval que passou' será exibido pela primeira vez no Festival de Cinema de Los Angeles, nos EUA.

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A repressão, ponto de intersecção entre três gerações da família do diretor e roteirista Leo Leite, foi adaptada para as telas em seu primeiro longa-metragem, Foi no carnaval que passou. O filme, realizado de forma independente, foi selecionado para estrear no Festival de Cinema de Los Angeles, nos Estados Unidos, entre os dias 13 e 17 de outubro.

Para que possa participar da primeira exibição, o cineasta está fazendo uma vaquinha virtual para arrecadar R$ 7,5 mil para custear passagem, hospedagem e alimentação. Até o momento, Leo atingiu quase 40% do esperado. A contribuição pode ser realizada até o dia 13 através do link.

Foi no carnaval que passou começou a ser escrito em 2008 e conta três histórias de três jovens em diferentes décadas: 1956, 1978 e 2015, protagonizadas por Celeste, Márcia e Pedro, respectivamente. No enredo, estão presentes temáticas como machismo, racismo, repressão e os medos das gerações passadas que seguem presentes.

“O carnaval é uma representação simbólica da realidade do mundo em que os três personagens estão envolvidos, cada um em seu tempo. Além da beleza da nossa cultura, o frevo, a La Ursa e o nosso sotaque, o filme vai levar temas importantes que serão debatidos em uma telona em Hollywood”, conta Leo.

O fio condutor da narrativa é o carnaval e parte da década de 1950, inspirada na história da avó do diretor, Celeste, após perder os pais e terminar sendo criada por um tio repressor, que a impediu de conhecer as festividades de rua. As tentativas de liberdade frustradas da personagem foram passadas para sua filha, Márcia, mãe de Leo, representada na segunda parte do filme.

Nesse período, tudo é vivido com mais intensidade por retratar o período da ditadura militar. Já a fase mais recente, que narra histórias da juventude contemporânea, guiada por experiências pessoais de Leo e seus amigos nos períodos carnavalescos, apresenta uma repressão velada que impede o personagem Pedro de ser como ele é.

“É interessante perceber como cada geração influencia a outra. Os medos vivenciados no passado por nossos familiares vão construindo novas inseguranças e frustrações nos filhos e netos. E, de forma cumulativa, a gente vai herdando tudo isso”, reflete o diretor.

“O roteiro começou a ser escrito há mais de 10 anos, mas é extremamente atual, trazendo questões muito presentes na sociedade até hoje. Está tudo interligado. Coisas que aconteceram no passado têm forte relação com a atual situação do nosso país”, diz Leo.

O filme, gravado entre 2015 e 2018 nas ruas do Recife e Olinda, está sendo finalizado e ainda não tem previsão de estreia no Brasil. “Como não tivemos nenhum incentivo, demoramos a gravar. Chegamos a fazer um financiamento coletivo, mas não conseguimos arrecadar muito dinheiro”, afirma Leo. A equipe do filme é formada por cerca de 30 pessoas, entre eles artistas, produtores, músicos amigos do diretor.

Do Diário de Pernambuco

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