19/10/2018 às 16h28m - Atualizado em 20/10/2018 às 18h18m
Prefeito do Cabo, Lula Cabral é preso em operação da Polícia Federal
De acordo com a operação, que corre sob sigilo de justiça, houve uma fraude no instituto previdenciário da cidade
Do JC OnlineO prefeito do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife (RMR), Lula Cabral (PSB), foi preso em operação contra fraudes no instituto previdenciário, na manhã desta sexta-feira (19). O mandado de prisão faz parte da Operação denominada "Abismo", da Polícia Federal (PF), busca a desarticulação de uma empresa que cometia fraudes em institutos previdenciários em vários estados do País.
De acordo com a PF, as investigações da operação tiveram início em março deste ano e apontam que foram transferidos mais de R$ 90 milhões de reais do instituto previdenciário do Cabo, que antes se encontravam investidos em instituições sólidas, para fundos de investimento compostos por ativos “podres”. Isso significa que não tem lastro e com uma grande probabilidade de inadimplência futura. Este esquema coloca o risco de pagamento da aposentadoria dos servidores do município e há possibilidade de já estarem prejudicados com a ação.
Nesta sexta-feira, houve cinco mandados de prisão no Estado, e até o fim da manhã, quatro já haviam sido cumpridas. Estão sendo cumpridos 18 mandados de busca, dois mandados de prisão temporária e quatro de prisão preventiva. O Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª Região autorizou o sequestro e o bloqueio dos bens e valores depositados em contas bancárias no nome dos investigados.
Os suspeitos estão sendo indiciados por lavagem de dinheiro, associação criminosa, crimes financeiros, corrupção ativa e passiva. A pena desses crimes ultrapassa 30 anos de reclusão. Os presos serão levados para a sede da Polícia Federal, na área central do Recife, onde deverão prestar depoimento e serão encaminhados para o sistema prisional.
De acordo com a delegada da PF, Andrea Pinho, dentro do esquema havia uma empresa de fundos de investimentos que atuava de forma irregular. "Para conseguir captar clientes, ela se associou a lobistas, principalmente, aqui em Pernambuco, para fazer fundos de captação milionários. Como é o caso do instituto desta cidade, em que houve a transferência de quase cem milhões de reais", explica a delegada.
De acordo com o também delegado da PF, Márcio Tenório, lobistas, funcionários, o prefeito e parentes ligados ao instituto previdenciário. "A gente nesse esquema, a associação criminosa, lavagem de dinheiro e crime contra ao fundo previdenciário. A investigação aponta que 50% de parte deste dinheiro já estava nesses fundos garantidos. Eles não poderiam mexer nesses fundos", confirma o delegado.
Números da operação
Segundo a investigação, que ocorre sob sigilo de justiça, houve a atuação de 220 policiais federais em cumprimento de sessenta e quatro ordens judiciais. No total, foram sendo 42 mandados de busca e apreensão, 10 mandados de prisão preventiva e 12 mandados de prisão temporária, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba, Goiás, Santa Catarina e no Distrito Federal. Estão sendo presos, empresários, lobistas, advogados, políticos, religiosos e outras pessoas que de uma forma tem participação com o esquema criminoso.
As medidas foram determinadas pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região, que ainda autorizou o sequestro e bloqueio de bens e valores depositados em contas em nome dos investigados.


