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27/10/2020 às 00h55m - Atualizado em 27/10/2020 às 01h46m

Ministério Público da Bahia denuncia vice acusado de matar prefeito para assumir o cargo na Bahia

Rielson, ex-gestor de Itagimirim, se recusava a desviar dinheiro público e acabou morto em 2014; Rogério assumiu cargo e ainda cumpriu 2 anos de mandato

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O ex-prefeito de Itagimirim, Rogério Andrade de Oliveira, seu irmão, Sandro Andrade de Oliveira, e Jaimilton Neves Lopes foram denunciados pelo Ministério Público da Bahia pelo homicídio do então prefeito de Itagimirim, Rielson Santos Lima, ocorrido em 2014. Rogério, à época do crime, era vice-prefeito de Rielson, tendo assumido o cargo com a sua morte, exercendo mais de dois anos de mandato.

Autor da denúncia, o promotor de Justiça Helber Luiz Batista esclareceu que Rogério e Jaimílton já estão presos preventivamente e Sandro está foragido. “As investigações da polícia continuam, pois há indícios de participação de pessoas ainda não identificadas no crime”, destacou.

A denúncia dá conta de que no dia 29 de julho de 2014, por volta das 18h40, num bar no centro de Itagimirim, Jaimílton Neves, a mando de Rogério e Sandro, chegou de moto no estabelecimento comercial e efetuou disparos de arma de fogo que resultaram na morte de Rielson Santos Lima, que chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos. 

As investigações revelaram que a vítima e o denunciado Rogério, quando formaram uma chapa para concorrerem aos cargos de prefeito e vice-prefeito de Itagimirim, nas eleições de 2012, contraíram diversos empréstimos. Os valores teriam sido emprestados por amigos íntimos de Rogério, que ficou responsável pela dívida, tendo Rielson como seu avalista.

As investigações revelaram ainda que, em 2014, a elevação da dívida, aliada ao fato do então prefeito “se recusar a desviar recursos públicos para quitá-la”, gerou desentendimentos entre ele e seu vice. 

Outro desacordo entre ambos, referente à aprovação do orçamento municipal pela Câmara dos Vereadores levou Rogério, então vice, a romper com o prefeito publicamente, sendo assim todos os seus indicados exonerados de cargos públicos na Prefeitura. De acordo com o promotor de Justiça Helber Luiz Batista, as dívidas e o rompimento político foram os motivos do crime. 

“De posse do cargo de prefeito, Rogério teria acesso aos cofres públicos para quitar a dívida e viria a nomear seu irmão para o cargo de secretário municipal”, afirmou o promotor na denúncia. Para executar seu plano, Rogério simulou uma reconciliação política com o então prefeito e, juntamente com seu irmão, contataram Jaimilton para executar o crime.

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