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29/10/2021 às 23h36m - Atualizado em 29/10/2021 às 23h56m

Bebê com atrofia muscular espinhal toma remédio mais caro do mundo após família receber doações

O medicamento não é fornecido pelo SUS e custa US$ 2 milhões, o equivalente a mais de R$ 11 milhões. Aplicação ocorreu na tarde desta sexta (29), no Hospital Português, no Centro do Recife.

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O bebê Benjamin Brener Guimarães recebeu, nesta sexta (29), a injeção de Zolgensma, conhecido como o remédio mais caro do mundo. Ele é usado para tratar atrofia muscular espinhal (AME), doença rara, degenerativa e muitas vezes letal. O medicamento custa U$ 2 milhões, o equivalente a mais de R$ 11 milhões, e foi comprado com ajuda de doações.

A aplicação do medicamento, administrado em dose única, estava programada para ocorrer durante a manhã, mas só foi realizada à tarde, no Real Hospital Português, unidade privada localizada na região central do Recife.

O remédio, que não é fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é produzido por uma farmacêutica suíça e chegou ao Recife na quinta (28), cerca de dez dias depois de ser comprado.

Aplicação do remédio reforçou a esperança da família, que aguarda a melhoria de vida do bebê. A criança deve ficar no hospital até o sábado (30).

Benjamin foi diagnosticado com AME aos 2 meses e, desde então, a família travou uma disputa judicial e iniciou campanhas na internet para conseguir o dinheiro para comprar o Zolgensma. A família de Ben conseguiu os recursos por meio de doações.

O pai de Benjamin, Túlio Guimarães, disse que a chegada do "Dia Z", como eles chamam a data de aplicação do Zolgensma, foi muito celebrada pela família e pelas pessoas que acompanham o tratamento de Ben. No Instagram, o perfil dedicado às campanhas em prol do menino tem mais de 20 mil seguidores.

"Eu nem acredito, é uma felicidade que não cabe no coração. Benjamin completa seis meses amanhã e graças a Deus conseguimos no tempo certo fazer a aplicação do remédio. Essa pressa era necessária por causa da neuroplasticidade dos bebês. Quanto mais cedo, maior a possibilidade de se ter uma melhora no quadro de saúde", afirmou o pai do menino.

O Zolgensma pode ser utilizado para tratar crianças de até 2 anos diagnosticadas com AME tipo 1, forma mais grave da doença, que geralmente causa a morte antes dessa idade. Em outubro, a União recorreu da decisão e a liminar da primeira instância foi suspensa.

No entanto, os pais do bebê conseguiram o valor por meio de uma corrente de solidariedade e fizeram um agradecimento nas redes.

Até 2017, não havia tratamento para quem nascia com essa condição no Brasil. O Zolgensma, que obteve registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em agosto de 2020, modifica o DNA do paciente e cria uma cópia funcional, isso em uma única dose.

Além do Zolgensma, o tratamento da AME também pode ser feito com o remédio Nusinersena (Spinraza). Diferente do primeiro, este segundo consiste num tratamento para o resto da vida, num custo de R$ 400 mil por ano.

Desde 2019, o Spinraza foi incorporado ao SUS e é fornecido gratuitamente aos pacientes. Por isso, o Ministério da Saúde alega que não há superioridade entre os dois remédios, o que foi contestado por uma geneticista que fez um laudo sobre o caso de Ben.

Do G1

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