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04/07/2025 às 06h16m - Atualizado em 04/07/2025 às 18h21m

Número de pessoas em situação de rua mortas a tiros no Grande Recife em 2025 já é o maior desde 2019

Levantamento do Instituto Fogo Cruzado aponta que 12 pessoas foram baleadas entre janeiro e 10 de junho deste ano; todas morreram. Maioria das vítimas era negra e do sexo masculino.

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Pessoas em situação de rua têm sido alvo cada vez mais frequente da violência armada no Grande Recife. É o que mostra um levantamento divulgado pelo Instituto Fogo Cruzado. De janeiro até o dia 10 de junho de 2025, 12 pessoas nesse grupo social foram baleadas na capital e na Região Metropolitana. Todas morreram.

Segundo o Fogo Cruzado, a maioria das vítimas era homem e negra. A maior parte dos casos ocorreu no Recife. É o maior número de pessoas em situação de rua baleadas desde que o instituto passou a monitorar a violência armada em Pernambuco, há sete anos.

O número também é três vezes maior que o registrado no mesmo período de 2024, quando quatro pessoas em situação de rua foram baleadas, e duas delas morreram.

Confira o histórico de pessoas em situação de rua baleadas no Grande Recife:

  • 2019: 5 baleados, 3 mortos
  • 2020: sem registro
  • 2021: 1 baleado, 1 morto
  • 2022: sem registro
  • 2023: 2 baleados, 2 mortos
  • 2024: 4 baleados, 2 mortos
  • 2025 (até 10 de junho): 12 baleados, 12 mortos 

"São situações de homicídio, não são pessoas que são vítimas de bala perdida, por exemplo. É uma violência direcionada mesmo. A gente precisa saber por que essas pessoas estão morrendo. Esse problema precisa ser visibilizado e solucionado, e a gente aponta caminhos dentro da segurança pública. A gente vem dizendo há algum tempo que o modelo de política pública de segurança, de enfrentamento e que não preza por prevenção, por exemplo, é o que está colocado, e por isso que a gente vive em eterna crise de segurança pública", disse Ana Maria Franca, coordenadora regional do Fogo Cruzado.

Um dos casos registrados foi o assassinato a tiros de um homem em situação de rua no dia 5 de junho, enquanto dormia no Mercado da Encruzilhada, na Zona Norte do Recife. A vítima era conhecida como Chico e tinha 36 anos.

O Comitê Estadual da População em Situação de Rua também relatou aumento de vítimas entre os mais jovens. Segundo o comitê, 60% das crianças e adolescentes que vão para a rua têm lar.

"A gente precisa assegurar a vida dessas crianças e adolescentes, primeiramente expandindo a rede de acolhimento, com centros culturais, centros popinho, que são equipamentos hoje que o próprio município do Recife tem. Precisamos fortalecer muito os vínculos familiares, o diálogo com essas famílias para entender o porquê de eles estarem vindo para a rua", afirmou Robson da Silva Pessoa, presidente do comitê.

O comitê estima que 2.500 pessoas vivem em situação de rua no Recife e cobra do poder público mais ações voltadas para a segurança dessa população.

"A gente é já discriminado na abordagem, tanto pela Polícia Militar quanto pela Polícia Civil. A gente já tem aquele vínculo de 'usuário' [de drogas], não é nem de 'morador de rua'. O que a gente pede às autoridades é que investiguem esses casos e que tome providências e ofereça mais segurança à população de rua", afirmou Irenaldo Manoel de Freitas, integrante do comitê.

Resposta

Procurada, a prefeitura do Recife disse que mantém uma rede de proteção socioassistencial, com centros POP e consultórios na rua para as pessoas em vulnerabilidade. O trabalho inclui identificação e acompanhamento para tirar essa população das ruas e possibilitar acesso a serviços e benefícios assistenciais.

Fonte: G1 Pernambuco

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