11/10/2019 às 10h55m - Atualizado em 11/10/2019 às 20h52m
Mulheres são presas em flagrante por negociar venda de bebê em hospital de Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco
Segundo a polícia, moradora de rua se apresentou para parto com nome de outra mulher, que ofereceu vantagens financeiras para ficar com criança. Elas respondem em liberdade.
Duas mulheres foram presas, em um hospital de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, por negociar a venda de um bebê. Segundo a Polícia Civil, a mãe da criança é uma mulher em situação de rua, que deu entrada na unidade se passando por outra pessoa, que ofereceu vantagens financeiras a ela para ficar com o recém-nascido. Apesar do flagrante, elas vão responder ao processo em liberdade.
Segundo a polícia, a mãe biológica é usuária de drogas e, por isso, a criança teve complicações de saúde. O bebê ainda está.internado no hospital. Quando sair, em dez dias, ficará sob cuidados do Conselho Tutelar e será levado para um abrigo para esperar a adoção.
O caso ocorreu na segunda-feira (7) e foi divulgado pela polícia nesta quinta-feira (10), durante coletiva de imprensa realizada no Centro do Recife. A mãe biológica da criança foi identificada como Roseane Teófilo da Silva, de 28 anos, e a outra mulher, como Herllayny Cavalcante de Melo, de 36 anos.
De acordo com a delegada Vilaneida Aguiar, responsável pela investigação, as duas foram enquadradas em dois crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e no Código Penal. São eles: "prometer ou efetivar a entrega filho mediante pagamento" e "dar parto alheio como próprio ou registrar como seu filho de outrem".
Na coletiva, a policial explicou que a negociação entre as duas mulheres não previa pagamento em dinheiro, mas a garantiria de custeio de casa, comida e assistência para a mãe biológica.
"Desde a gestação, a mulher que ofereceu a recompensa para a mãe biológica já estava dando ajuda com alimentação e moradia", afirmou Vilaneida.
A captura das mulheres foi facilitada por causa da iniciativa do hospital, que acionou a polícia quando suspeitou que alguma coisa estava errada na chegada de Roseane. Sem documentos com foto, ela se apresentou para o parto de emergência.
Diante da situação, a unidade deu início aos procedimentos. Vilaneida Aguiar destacou que mãe biológica, no entanto, deu o nome da outra mulher, que a acompanhava, mas não soube soletrá-lo.
O hospital identificou que as mulheres pretendiam fazer com que a criança saísse do local com o nome da outra mulher no Documento de Nascidos Vivos (DNV) e, por isso, acionou a polícia.
Do G1 Pernambuco