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01/12/2017 às 03h40m

Policiais civis presos por corrupção em Pernambuco têm R$ 5 milhões em bens bloqueados pela justiça

Os três agentes, que atuavam na Delegacia de Caruaru, foram alvo da Operação Bis In Idem, deflagrada na quarta-feira (29). Imóveis, carros e contas bancárias foram sequestrados judicialmente.

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Informações: G1 Pernambuco

Os três policiais civis presos no interior de Pernambuco e autuados por corrupção e lavagem de dinheiro foram alvo de um sequestro milionário de bens determinado pela Justiça. Segundo a Polícia Civil, chega a R$ 5 milhões o patrimônio bloqueado por solicitação da Operação Bis In Idem, deflagrada na quarta-feira (29). Entre os itens adquiridos pelos agentes da delegacia de Plantão de Caruaru, no Agreste, estão carros, caminhões, imóveis e contas bancárias.

Na manhã desta quinta-feira (30), a polícia apresentou o balanço da operação, no Grupo de Operações Especiais (GOE), na Zona Oeste do Recife. Além dos três policiais civis, foi preso um homem que se passava por integrante da corporação para praticar a série de crimes e obter vantagens financeiras.

Segundo o delegado Ramon Teixeira, a ostentação do patrimônio chamou a atenção dos investigadores. “Constatamos a evolução exponencial do patrimônio dos investigados. Eles não têm como comprovar a origem desses recursos, o que reforça o embasamento do trabalho policial”, ressaltou Teixeira.

Para a polícia, essa evolução patrimonial evidencia, ainda, os indícios de lavagem de dinheiro, conforme destacou a Justiça de Caruaru ao expedir os mandados de bloqueios dos bens. “São ganhos incompatíveis com os salários deles”, reforçou o delegado.

Ramon Teixeira destacou que, até o momento, a polícia identificou 10 vítimas da quadrilha. São pessoas que não se renderam às exigências financeiras feitas por eles para encontrar e recuperar carros e cargas roubados. “Acredito que, agora, vão aparecer mais vítimas. São pessoas que pagaram esses resgates de veículos e cargas”, acrescentou u o delegado do GOE.

Esquema

O esquema montado da Delegacia de Plantão de Caruaru foi descoberto a partir de denúncias feitas em setembro de 2016. Gerentes e funcionários de uma empresa transportadora de bens e mercadorias de Goiânia (GO) envolveram os policiais investigados com a prática de solicitações indevidas para resgatar uma carga roubada.

Um dos investigados, segundo a polícia, condicionou a localização e a recuperação de um caminhão e de uma carreta da empresa ao pagamento de quantias correspondentes a 30% do valor de mercado dos veículos. Nesse momento, o GOE começou a apurar o caso e identificou que aquela cobrança ilegal não era um fato isolado.

“Os policiais chegaram a cobrar uma quantia exorbitante a um empresário para abortar uma investigação contra ele”, disse Teixeira. Também era prática do grupo pedir uma espécie de ‘diária’ para manter na delegacia, sob custódia, o carro encontrado depois do roubo.

Na entrevista coletiva, o delegado ressaltou que a operação está em andamento. O objetivo agora é reunir mais provas para garantir a permanência dos envolvidos na prisão. “A maioria dos policiais presos não quer colaborar. Diz que só fala em juízo”, comentou o delegado.

A polícia quer saber se a organização também participava de roubos e furtos de carros e mercadorias. “Vamos investigar, pois eles tinham muita facilidade para encontrar veículos levados por bandidos, sobretudo, em outros estados”, comentou.

Ramon Teixeira esclareceu que o homem que foi preso e não é policial civil dizia a vítimas que era da corporação. Ele foi preso por porte de armas. O policial militar levado para prestar depoimento na quarta-feira, na sede do GOE, também está sob investigação. “Queremos saber se outros policias dessa ou de outra corporação também integravam a quadrilha”, declarou.

Além das autuações, os policiais civis serão alvo de inquéritos administrativos. “Muitos desses crimes praticados por eles são punidos com a demissão da corporação”, informou Teixeira.

Veja a lista de crimes atribuídos ao grupo

 Concussão é a exigência, em razão da função pública, de uma vantagem indevida.

Corrupção Passiva é a solicitação ou o recebimento, em razão da função pública, de uma vantagem indevida, ou ainda a aceitação da promessa dessa vantagem.

Corrupção Ativa é o oferecimento ou a promessa de vantagem indevida a funcionário público, para que ele pratique, omita ou retarde um ato próprio de seu trabalho.

Lavagem de dinheiro é a ocultação ou a dissimulação da natureza, origem, localização ou a propriedade de bens, direitos ou valores provenientes de crime

 
 
 
 

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