11/04/2017 às 13h52m
Pais de criança com larvas de mosca na cabeça serão indiciados por maus-tratos
Responsável pela investigação do caso na Polícia Civil, delegado Jorge Ferreira acredita que a situação é "fruto do desleixo e da negligência dos responsáveis".
Criança foi internada em hospital por infestação de larvas de mosca na cabeça
Com informaçõeS do G1 PE - Foto: Anderson Araújo/Conselho Tutelar
Após visitar, na tarde desta segunda-feira (10), uma menina de 5 anos que está com larvas de mosca na cabeça, o delegado Jorge Ferreira, da Delegacia da Criança e do Adolescente (GPCA), afirmou que os pais dela serão indiciados por maus-tratos. Apesar de os depoimentos dos responsáveis pela criança estarem previstos para a sexta (14), o titular da investigação do caso acredita que a situação foi causada pelo abandono dos responsáveis pela criança.
“É inconcebível uma situação dessa. Se a situação chegou ao cúmulo de desenvolver larvas, foi em decorrência do desleixo e da negligência dos pais”, ressalta Jorge Ferreira.
O delegado explicou que seguiu para o hospital em que a menina está internada para tentar falar com ela e com os responsáveis pela mesma. Durante a visita à unidade de saúde, o delegado fez contato somente com a tia-avó da criança, que alegou não ter conhecimento das condições às quais a menina estava submetida no ambiente doméstico. “Ela diz que só conhece a mãe da menina, porque é irmã da avó da criança, mas não convive diretamente", conta.
A avó da criança, responsável por socorrer a menina, será ouvida na terça (11). “Estamos procurando outras testemunhas que possam nos fornecer informações sobre o caso, para termos mais questionamentos a fazer durante a ouvida dos pais”, esclarece o delegado.
Jorge Ferreira também tentou conversar com a criança e fez fotos que serão anexadas no inquérito. “Só fiz contato visual porque a menina estava visivelmente assustada, chorando muito. Foi tudo muito rápido, mas pude constatar que a criança está bem”, explica. O G1 tentou contato com o Hospital Maria Lucinda, unidade em que a menina está internada, mas não obteve retorno às ligações.