11/11/2014 às 04h52m - Atualizado em 11/11/2014 às 04h55m
Maioria dos brasileiros vai usar 13º para pagar dívidas com cartão de crédito
Dos que vão quitar os débitos, a maior parte (43%) tem dívidas no cartão de crédito, seguidas pelas dívidas com o cheque especial (38%).
Nada menos do que 68% dos brasileiros pretendem usar o 13º salário para pagar dívidas neste fim de 2014. O número é 9,68% mais alto do que o registrado no ano passado e aponta para um maior endividamento dos consumidores. Na outra ponta, apenas 11% dos entrevistados planejam usar o salário extra para comprar presentes – uma queda de 21% na comparação com 2013. Os dados são parte de uma pesquisa divulgada pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) esta semana.
Dos que vão quitar os débitos, a maior parte (43%) tem dívidas no cartão de crédito, seguidas pelas dívidas com o cheque especial (38%). Um dado positivo apontado pelo levantamento da Anefac é que caiu 16,67% o número de consumidores com dívidas com prestações atrasadas no comércio.
"O cartão de crédito deve mesmo ser a primeira opção para quem vai quitar dívidas, por causa do débito rotativo. O cartão é uma excelente ferramenta, inclusive para fazer compras maiores e também em viagens, mas é preciso pagar a fatura completa. Pagar um valor menor, ou pagar o mínimo, deixa o consumidor numa situação difícil", analisa o consultor financeiro Roberto Ferreira, lembrando que o grande vilão para quem não paga o valor integral é o crédito rotativo.
Sobre o valor financiado para o mês seguinte incidem juros de até 17%, além de multa por atraso, levando os custos anuais serem até de 700%. Os juros compostos fazem a dívida dobrar em três meses, segundo Roberto Ferreira; por isso, a opção de quitar o débito do cartão de crédito é a mais acertada.
Dos 11% dos entrevistados que pretendem usar parte do 13º para comprar presentes, a maior parte planeja comprar celulares (75%) e roupas (73%). Em seguida aparecem eletroeletrônicos e eletro-portáteis (DVD, rádio, home theater, filmadoras, etc), com 67% das citações. Os brinquedos aparecem com 52% da preferência dos entrevistados pela pesquisa da Anefac.
Mudança de hábitos
Segundo a entidade, este resultado acontece por conta de uma mudança nos hábitos de consumo do público infantil, que cada vez mais prefere produtos eletrônicos e telefones celulares. De acordo com a análise da Anefac, o menor percentual de pessoas que vão utilizar o 13º para presentear alguém pode ser creditado a uma maior cautela em relação à situação econômica futura.
Os valores gastos nestes presentes também podem apontar nesta direção, já que houve um leve crescimento de intenção de gastos com presentes de até R$ 100 e entre R$ 100 e R$ 200. Pelo menos 87% dos consumidores pretendem gastar no máximo até R$ 500 com presentes no fim deste ano; contra 80% que planejavam este valor no ano passado. Os que têm intenção de gastar mais de R$ 500 passaram de 20% em 2013, para 13% em 2014.
A forma de pagamento preferida será o cartão de crédito (82%), seguida pelo pagamento à vista (80%), pelos cheques pré-datados (61%), por carnês (38%) e com financiamentos bancários (18%).
O consultor Roberto Ferreira lembra que independente de ter ou não dívidas, o importante é não estar inadimplente e planejar o orçamento. "Na verdade todo mundo tem dívidas; a grande questão é não estar inadimplente. Por isso, na hora de comprar é importante não fazer por impulso. E no caso dos presentes, pensar que o importante é a lembrança. Não adianta comprar um presente caro e depois ficar endividado", alerta o economista.
Do Diário de Pernambuco