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11/06/2015 às 14h53m - Atualizado em 11/06/2015 às 15h04m

Bancada evangélica quer uso da força policial se houver símbolo religioso na parada gay do Recife

Deputados pernambucanos vão processar transexual que simulou crucificação em São Paulo

Cleiton Collins anunciou que grupo vai mover ação junto ao Ministério Público Federal de São Paulo (MPF-SP) / Foto: Roberto Soares/AlepeCleiton Collins anunciou que grupo vai mover ação junto ao Ministério Público Federal de São Paulo (MPF-SP)

A bancada evangélica da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) prometeu nesta quarta-feira procurar o comando da Polícia Militar para pedir que ela faça uso da força caso símbolos religiosos sejam usados durante a Parada da Diversidade do Recife, que ocorre em setembro. A posição foi defendida pelos deputados Adalto Santos (PRB), Dr. Valdi (PP) e Joel da Harpa (PROS).

Os discursos ocorreram após o presidente interino da Casa, Pastor Cleiton Collins (PP), anunciar que o grupo de deputados decidiu entrar com uma ação junto ao Ministério Público Federal de São Paulo (MPF-SP) para punir a transexual Viviany Beleboni que simulou uma crucificação durante a parada da capital paulista. Segundo a bancada evangélica, ela teria ferido o artigo 208 do Código Penal, que trata de vilipendiar publicamente objeto de culto religioso e prevê detenção de até um ano.

“Essas pessoas não querem a paz, não querem a moralidade e o bem estar de um pai de família. E vamos jogar a lei, a polícia, o que necessário for”, prometeu Dr. Valdi, visivelmente exaltado. “Acusam a gente de homofóbico. Mas você nunca vai ouvir dizer por aí que um evangélico matou um homossexual. Eles mesmo se matam uns aos outros”, afirmou Adalto Santos, que declarou que estava defendendo Cristo e que morreria por ele.

Os pronunciamentos causaram a reação de deputados simpatizantes da causa LGBT. “Me impressionou a postura coronelista que eu vi no plenário, como se a Polícia Militar de Pernambuco fosse um grupo a serviço de uma Igreja. Essa postura atrasada, como se nós vivêssemos em uma fazenda no início do século passado não cabe no Parlamento”, disparou Edilson Silva (PSOL), presidente da Comissão de Direitos Humanos.

“Novamente, volta a intolerância. Previamente se dizer, sem dizer nem o que vai acontecer, que vai se pedir para se usar a força policial contra qualquer manifestação que ninguém sabe qual é”, disse Teresa Leitão (PT). A dupla também prometeu procurar os órgãos de segurança pública para garantir que a polícia não impeça a livre manifestação durante a parada do Recife.

Esse foi terceiro dia consecutivo de discussões sobre o tema na Alepe. O debate tomou boa parte da sessão e ofuscou inclusive os pronunciamentos sobre o pacote de concessões do governo federal. No dia anterior, os evangélicos também haviam defendido a retirada dos trechos que falassem sobre identidade de gênero no projeto do Plano Estadual de Educação.

O líder da Oposição, Silvio Costa Filho (PTB) disse que os embates têm apequenado o Legislativo Pernambucano porque existem outros temas como segurança pública e mobilidade que precisam de discussão. “Será que essa é a pauta que a sociedade quer?”, questionou.


As informações são do JC Oline

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