24/01/2016 às 10h42m - Atualizado em 24/01/2016 às 11h12m
Série Leituras apresenta: DOMÍNIO
Poema escrito por Lidiane Martins em 2009
Domínio
Há um alguém que é como o tempo
Sol, chuva, tempestade no meu peito.
É como a brisa que acalma meu ser
É como a bruma que dispersa meus pensamentos inquietantes
É como andar em um caminho que não posso sentir.
É como um raio que atravessa minhas lentes oculares.
Penetra fundo e clareia a escuridão do passado de outrora
Deleito-me em teus braços confiantes
Faz minha mente ver o impossível
Desata outros pensamentos e distorce a razão.
Este alguém tem domínio sobre meus sentimentos
Arranca-os de dentro de mim
Como se eu fosse uma caixinha de surpresas.
Remove de mim sentimentos que nem eu tinha noção que existiam.
Cada minuto ao teu lado é como se o tempo não existisse.
É surpreendente o suspense no qual vivo eu
De viver entre o amor e o medo descomedido
Permaneço cega diante de sua insolência.
Percebo que isso é o que o mantém vivo
Tornar-me-ia um ser inexistente se eu me entregasse sem me ‘frear.
Este alguém é como um veneno para mim.
Prestes a ser tomado pouco a pouco sem perceber
Seus braços são para mim um vício.
O cheiro de sua pele me inebria e sinto-me flutuar.
Entrego-me a ele como se não houvesse escolha.
Finalmente, o comparo com a morte.
Que bagunça meu mundo e não tem volta.
Que me faz dormir em um sono tão profundo.
Como se deste laço eu não pudesse fugir.
E por amá-lo incondicionalmente, eu expiro.
Lidiane Martins /2009
Publicado na Antologia Desafio. Br por Felipe Lucchesi /São Paulo
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