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24/01/2019 às 09h34m - Atualizado em 24/01/2019 às 10h55m

Psiquiatra diz que menino suspeito de matar duas pessoas pode ter transtorno mental

Um menino de 12 anos foi apreendido no Recife, suspeito de matar dois homens. A primeira foi uma pessoas com deficiência de 44 anos e depois um idoso de 68 anos.

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Com informaç~es da Rádio Jornal

O psiquiatra Thiago Queiroz falou sobre o caso de um menino de 12 anos apontando como sendo autor de dois assassinatos no bairro do Pina, na Zona Sul do Recife. O crime chocou a sociedade pela idade do garoto e a frieza com que os crimes foram cometidos.

Para o especialista, é importante avaliar se a criança tem algum transtorno mental. “Não é que esse transtorno faça com que ela não tenha consciência do que ela fez, mas às vezes influencia no comportamento. São transtornos que podem aparecer desde os 7 anos de idade, 5 anos, fazendo com que a criança às vezes não sinta a culpa, o remorso por prejudicar outra pessoa. Isso tem que ser diagnosticado o quanto antes”, destacou.  

Segundo o psiquiatra, o transtorno de conduta é muito comum em casos em que a pessoa é agressiva. “Começa às vezes com maus tratos a animais, bullyng, provocar um mal a um colega, pequenos roubos e isso vai tomando proporções maiores à medida que a criança vai crescendo”, disse. “Se fosse um transtorno de conduta cerca de 30% a 40% permanece na vida adulta. 60% pode acabar na fase adolescência. Só acompanhando para ver se essa tendência à transgressão vai permanecer”, completou.

De acordo com Thiago Queiroz, alguns fatores podem desencadear os transtornos mentais. “Tem um componente genético forte e [a criança] já nasce com essa predisposição à transgressão, prejudicar outras pessoas. É por isso que, quando é notado, precisa ser tratado desde cedo. E tem a influência do ambiente também”, falou, destacando que a exposição a um ambiente violento também influencia.

Tratamento

Antes de iniciar um tratamento, é preciso uma avaliação de um psicólogo e um psiquiatra para diagnosticar ou não o problema. “Precisa primeiro passar por um psicólogo, um psiquiatra, para avaliar se ele tem uma doença e se ele precisa de um tratamento com terapia e medicação”, apontou, acrescentando que também é importante assegurar que a criança está fazendo o tratamento.  

Por fim, o psiquiatra diz que o diagnóstico não exclui a responsabilidade. “A gente entende que a parte da doença não isenta a parte legal. Existe uma responsabilidade dele, dos pais, do que aconteceu”, afirmou. 

Relembre o caso

Uma criança de apenas 12 anos foi apreendida por policiais militares na comunidade do Bode, bairro do Pina, Zona Sul do Recife. O caso alterou a rotina do Departamento de Homicídios e proteção a pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, na noite de terça-feira (22).

A primeira vítima tinha 44 anos. Em dezembro do ano passado, José Ricardo da Silva, que possuía deficiência física e usava cadeira de rodas, foi baleado por várias vezes pela criança.

A outra vítima foi um idoso de 68 anos. O assassinato aconteceu por um motivo banal. Paulo Roberto Gonçalves da Silva teria reclamado que o menino mexeu no carro dele. O garoto foi em casa, pegou uma arma e atirou na vítima, que ainda foi socorrida para o Hospital da Restauração, no bairro do Derby, mas não resistiu aos ferimentos.

A idade do menino e as várias passagens pela polícia chamaram a atenção do delegado Alaumo Lima, responsável pelo caso. Como não houve flagrante, a criança não foi encaminhada para a Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase). 

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