06/02/2020 às 02h02m - Atualizado em 06/02/2020 às 02h59m
Mulher morre após aplicar silicone industrial em clínica clandestina, em João Pessoa
Procedimento de aplicação de silicone industrial foi realizado na perna da vítima, diz amigo.
Uma mulher morreu nesta quarta-feira (5), no Hospital de Trauma de João Pessoa, após aplicar silicone industrial. Maísa Andrade teria feito o procedimento em uma clínica clandestina no bairro do Varadouro, segundo um amigo da vítima.
De acordo com a assessoria do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Maísa Andrade foi socorrida na terça-feira (4) com taquicardia, hipertensão, vômitos e convulsões. Apesar de estar desorientada, ela ainda estava consciente e informou aos socorristas que tinha aplicado o silicone industrial.
O amigo da mulher - que preferiu não ser identificado - relatou à TV Cabo Branco que ela passou mal durante a aplicação do silicone na clínica clandestina e foi socorrida pela pessoa que fazia o procedimento. A aplicação foi realizada na perna de Maísa, segundo ele.
Ela foi levada para o Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa e morreu na madrugada desta quarta-feira (5). À reportagem da TV Cabo Branco, a direção da unidade informou que foram feitos todos os procedimentos possíveis para tentar reanimar Maísa e que a possível causa da morte foi embolia pulmonar causada pela aplicação do silicone industrial.
Até a publicação desta matéria, a Polícia Civil da Paraíba não havia recebido nenhuma denúncia sobre o caso.
Maísa Andrade era mulher trans, natural de Cajazeiras, no Sertão da Paraíba. Ela morava em Cajazeiras e viajou para João Pessoa para realizar a aplicação de silicone.
O Movimento em Defesa dos Direitos Humanos LGBT de Cajazeiras-PB emitiu uma nota de falecimento, lamentando a morte dela. Confira a nota:
Nota de Falecimento do Movimento em Defesa dos Direitos Humanos da População LGBT de Cajazeiras-PB
"É com profunda tristeza que o Movimento em Defesa dos Direitos Humanos de Cajazeiras-PB, vem informar aos amigos/as, aos nossos militantes e à nossa base social, o falecimento da companheira Maísa Andrade, na manhã do dia 5 de Fevereiro de 2020.
O Movimento LGBT se despede dessa guerreira e dá continuidade ao seu legado, transmitindo todo o aprendizado de seus atos para as próximas gerações".
Fonte: G1PB