14/02/2023 às 20h28m - Atualizado em 15/02/2023 às 06h17m
Número de pessoas em situação de rua no Brasil aumentou em 38% de 2019 a 2022, diz Ipea
O levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que 281.472 pessoas estão em situação de rua no Brasil
Um relatório preliminar pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão vinculado ao Ministério do Planejamento, mostra que a população em situação de rua no Brasil aumentou 38% no período de 2019 a 2022.
A estimativa calcula que 281.472 pessoas em todo o país vivem atualmente nessas condições. Desde 2012, o número cresceu 212%.
O levantamento usa dados de prefeituras e administrações municipais, além do CadÚnico (Cadastro Único), do Censo Suas (Sistema Único de Assistência Social) e variáveis socioeconômicas, como percentuais de pobreza e urbanização dos municípios. Eis a íntegra (632 KB) do estudo divulgado na 4ª feira (7.fev.2023).
A “Estimativa da População em Situação de Rua no Brasil (2012-2022)” é elaborada pelo pesquisador Marco Antônio Carvalho Natalino. Ele destaca que, embora a contagem oficial desse segmento populacional esteja prevista na Política Nacional para a População em Situação de Rua, a questão não foi incorporada aos censos demográficos realizados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2010 e 2022. Os censos contabilizaram só os dados da população domiciliada. “Isso implica prejuízos para a correta avaliação da demanda por políticas públicas”, avalia Natalino.
Assim, embora os números oficiais coletados pelas prefeituras indiquem que a população em situação de rua foi de 124.047 em 2020 e de 181.885 em 2021, a metodologia da pesquisa estima que os números foram, na verdade, de 214.451 e 232.147 pessoas, respectivamente.
A inclusão desse segmento populacional no CadÚnico, a partir de 2011, e a expansão dos cadastros no período da pandemia ajudaram a melhorar o mapeamento do governo, segundo o pesquisador. Porém, ainda é necessário maior detalhamento para que pessoas em situação de rua não sejam tratadas como “cidadãos de 2ª classe”.
A estimativa mostra ainda que a região Sudeste concentrou 53% desse segmento populacional, seguida pelo Nordeste (19%) e pelo Sul (13,9%).