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21/03/2016 às 21h19m - Atualizado em 21/03/2016 às 21h53m

Maioria dos parlamentares de Pernambuco é a favor do impeachment

Dos quatro representantes do estado na Comissão Especial que estuda o pedido na Câmara dos Deputados, apenas Silvio Costa é contra a queda da presidente

A comissão especial do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) define nesta segunda-feira (21) seu plano de trabalho. Entre os 65 deputados federais que compõem o colegiado quatro são pernambucanos: o líder do PSB na Casa, Fernando Filho; Tadeu Alencar (PSB); Mendonça Filho (DEM) e o vice-líder do governo na Câmara, Silvio Costa (PTdoB). Apesar de ser um número passível de divisão igualitária, apenas um deles – Silvio Costa – é contrário à queda da petista.

Eleito para ocupar a 3ª vice-presidência da comissão, Fernando Filho pontuou que o clima no Congresso Nacional está acalorado com os últimos fatos e destacou a postura do PSB diante do assunto. “Nossa posição é pelo impedimento da presidente. Vamos esperar a defesa, conhecer os argumentos, mas defendemos o impeachment... Daqui para lá [o fim das 15 sessões] muita coisa pode acontecer, mas acredito que temos número suficiente para encaminhar ao Senado”, salientou.

Membro da mesma bancada, Alencar, no entanto, encarou o processo como “delicado e sensível” e afirmou que “não é um julgamento do governo”, mas da possibilidade de crimes de responsabilidade na gestão da presidente. “Muita gente entende que é um julgamento político, mas não é apenas isso. É influenciado também por causas políticas, há uma falta de credibilidade no governo refletido no que vimos nas ruas, mas é preciso ter provas de um crime de responsabilidade. Ela só pode ser afastada no caso de comprovação”, observou o socialista.

Indagado sobre uma postura favorável ou contrária ao impeachment, o deputado disse que era necessário ter muita cutela diante do assunto. “Embora haja o sentimento de querer definir rapidamente se é a favor ou contra isso é algo que vai além da dessa polaridade. Nosso papel é diferente. É um julgamento feito pelo parlamento. Esse papel de magistrado nos impede de condenar ou de absolver antecipadamente”, ponderou.

Defensor ferrenho da cassação do mandato de Dilma, Mendonça Filho salientou que não há mais opção para a presidente ou ela renuncia ou será deposta. “Seria o ideal ela renunciar, mas acho difícil pelo temperamento, pela forma intransigente do comportamento da presidente Dilma. Mas seria ótimo pro Brasil, tiraria um peso enorme nesse momento de crise econômica gravíssima, incapacidade dela de sinalizar para o futuro. A gente tem o quadro econômico mais grave desde 1901. Nunca o Brasil passou por um momento recessivo tão dramático, tão duro e que penaliza tão fortemente a população mais pobre”, contextualizou em entrevista concedida na última sexta (18).

Contraponto as posturas dos pares, o vice-líder do governo na Casa, Silvio Costa (PTdoB), pontuou o tamanho da dificuldade que será para a oposição conquistar 342 votos para aprovar o pedido. “Todos os governos para aprovar uma PEC com esse número tem dificuldade, imagina a oposição. Não é fácil derrubar a presidente”, cravou. Ele comentou também qual será a estratégia do governo para dificultar ainda mais a conquista dos votos. “O governo vai conversar com todos os parlamentares, um a um. Primeiro os parlamentares da comissão, claro”, revelou.

Costa alegou ainda que não há justificativas para o impeachment. “O Brasil inteiro sabe que a presidente é uma mulher digna. O pedido de impeachment foi retaliação de Eduardo Cunha. Até porque quem primeiro fez pedalada fiscal foi o PSDB. É uma piada tentar cassar o mandato da presidente por causa de pedaladas”, rechaçou.

O parlamentar esteve reunido hoje com Dilma Rousseff e o conselho político do governo. Segundo ele durante o encontro a presidente fez uma análise do cenário jurídico e a contabilização dos votos.

Com validade de 30 a 45 dias, a comissão não tem grandes votações para definir, apenas a do parecer final do relator Jovair Arantes (PTB-GO). Aprovado pelo grupo, o parecer da comissão será ainda submetido ao plenário da Câmara, onde Dilma terá o prazo de cinco sessões também para apresentar defesa. Caso seja acatado o pedido de impeachment, o processo segue para análise do Senado.

Suplência - Pernambuco também tem 4 suplentes na comissão: Pastor Eurico (PHS), Bruno Araújo (PSDB), João Fernando Coutinho (PSB) e Fernando Monteiro (PP).


Do Leia Já

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