03/09/2017 às 10h13m - Atualizado em 04/09/2017 às 09h01m
Bingo em João Pessoa era registrado como 'confederação de canoagem' no CNPJ
Casa de jogos clandestino funcionava há mais de 1 ano e faturamento médio mensal era superior a R$ 100 mil
O bingo no Centro de João Pessoa que foi fechado na sexta-feira (1º) e 60 pessoas foram levadas à delegacia para depor, tinha alvará de funcionamento da prefeitura e utilizava o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) de uma confederação de canoagem. De acordo com o delegado Lucas Sá, responsável pela “Operação Lotos”, o bindo movimentava pelo menos R$ 100 mil por mês.
O CNPJ da casa de exploração de jogo de azar foi emitido em 30 de dezembro de 2010, com o nome de “CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE CANOAGEM”, onde sua principal atividade econômica seriam atividades esportivas. “Quinze funcionários foram ouvidos e nunca houve um evento de canoagem no local, nem foto, apenas bingo”, disse o delegado.
Lucas Sá disse que o bingo funcionava no local há um ano e três meses e que o faturamento diário do bingo era de R$ 2 mil quando o “movimento era baixo”, mas que nos fins de semana o faturamento alcançava R$ 7 mil.
Segundo ele, “um dos ‘donos’ do cassino do Centro já foi identificado” e que ele já foi preso várias vezes. Durante esta semana os objetos e equipamentos apreendidos no bingo do Centro e em Tambaú vão ser analisados.
O mandado de busca cumprido no Ernani Sátiro foi frustrado pois o bingo já havia sido mudado de local e nada foi encontrado.
Casa de poker
Perguntado sobre a legalidade das casas de poker, o delegado de defraudações e falsificações de João Pessoa disse que elas são permitidas, desde que o jogo não seja explorado.
“No caso do poker eles fizeram uma associação para dar uma ‘legalizada’. No entanto, a proprietária mesma disse que ficavam com 20% do faturamento como lucro e que teriam um grande prejuízo. O que prova que a ‘associação’ era uma fachada e que eles de fato exploravam a atividade”, informou Lucas Sá.
Mesmo assim, os responsáveis pela casa de poker, que fica no bairro Tambaú, vão responder “apenas” um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).
Do G1 Paraíba